Parte da carga apreendida pela Dedc| Foto: Felippe Aníbal/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
No galpão, policia encontrou um equipamento usado para remarcar as datas de validade nos produtos vencidos
CARREGANDO :)

Um esquema por meio do qual bandidos adulteravam a data de validade de produtos vencidos e revendiam a mercadoria a pequenos estabelecimentos comerciais foi descoberto pela polícia, na quinta-feira (24), em Curitiba. Cinco toneladas de produtos foram apreendidas e uma mulher foi presa. A polícia descobriu um mercado que comercializava a mercadoria.

A irregularidade foi descoberta a partir de um mês de investigações realizadas pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (Dedc). A mercadoria foi encontrada em um galpão, localizado no bairro Fazendinha. No local, havia uma máquina usada para grafar a data de validade nas embalagens dos produtos.

Publicidade

O delegado Cassiano Aufiero explicou que a quadrilha comprava lotes de produtos vencidos e suprimia a data de validade, usando solventes ou fazendo a raspagem dos frascos. Em seguida, os bandidos usavam o equipamento para grafar uma nova data. "A máquina conseguia marcar a validade tanto em alto relevo, quando em números impressos", disse.

Após concretizar a fraude, os produtos eram vendidos a pequenos mercados do bairro Fazendinha. Nesta sexta-feira (25), a Dedc descobriu parte da carga em um estabelecimento. O delegado disse que especializava vai fazer uma operação específica para localizar comerciantes que estejam vendendo o produto adulterado. "Vamos vistoriar os mercados e localizar os suspeitos de receptar esta mercadoria, que vão ser responsabilizados pelo crime", apontou Aufiero.

Dentre os produtos apreendidos havia refrigerante, leite de coco, tempero pronto, pó de café, barras de cereal e macarrão. Mas o que mais chamou a atenção da polícia é que até mesmo um tipo de leite especial para recém nascidos era adulterado e vendido pela quadrilha. A Dedc divulgou que potes do leite Lan 2, da Nestlé, que fizeram parte do lote L 0128046042 não devem ser consumidos, pois fazem parte da mercadoria que foi adulterada pelos bandidos.

Segundo a polícia, o proprietário do galpão conseguiu fugir e está foragido. Ele foi identificado como Paulo Rodrigues Reis, de 45 anos. A mulher dele, que não teve o nome divulgado, está presa, mas negou saber do esquema. O delegado explicou que a adulteração consiste em crime contra a saúde pública. Por ser considerado hediondo, o delito pode gerar pena de 15 anos de prisão.