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Uma das queixas de quem escreve regularmente é sobre o aparente caos que predomina quando o assunto é norma culta. Alguns materiais de consulta desabonam determinados usos; outros abonam. E aí?

O assunto vai longe e os interessados em aprofundá-lo deveriam comprar (ou pegar emprestado) o excelente livro Norma culta brasileira: desatando alguns nós, do linguista Carlos Alberto Faraco, seguramente um dos mais competentes estudiosos da nossa língua.

Aqui, gostaria de frisar mais do mesmo do que já escrevi em algumas colunas.

A primeira questão passa obrigatoriamente por saber exatamente quem somos nós e para quem escrevemos. Essa questão, não obstante sua aparente profundidade filosófica (quem somos nós, onde estamos, para onde vamos...), pode ser traduzida no comezinho de nossas atividades com a escrita. Jornalistas, por exemplo, são profissionais que trabalham com um perfil relativamente bem definido de seus leitores, cujos interesses estão representados em cadernos diversificados. De seu lado, os leitores esperam determinado tipo de escrita. Dentro desse quadro, muitos jornais buscam um padrão de texto, quase sempre orientados por um manual de redação, uma espécie de vade mecum dos jornalistas e revisores. Os grandes jornais do país (como a Gazeta do Povo) operam com um recorte de escrita que podemos classificar como uma boa representação do padrão culto escrito.

Mas a questão é: estudiosos do Direito devem ir além do vade mecum. O mesmo se aplica àqueles que escrevem. E principalmente àqueles que comentam fatos da língua.

Por último, é preciso ter clareza de que há mais consenso que dissenso acerca do padrão culto da nossa língua. Mas é mais fácil pensar e pregar o contrário. Falar sobre o quanto nossa língua é difícil e cheia de exceções tem garantido o alimento de muitos colunistas.

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