Tão importante quanto a produção de textos é o enfoque dado à habilidade de leitura dos vestibulandos
A maioria das escolas de ensino médio do país, independentemente da região, planeja seus currículos tendo em vista os conteúdos cobrados pelos principais vestibulares, sobretudo os das instituições públicas. No caso específico de escolas de Curitiba e região metropolitana, o vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) funciona como uma espécie de bússola que direciona os programas trabalhados no decorrer do ensino médio.
Nesse sentido, cumpre destacar o importante papel que a UFPR vem exercendo, há mais de uma década, no ensino de Língua Portuguesa, desde que mudou radicalmente a prova de redação. Antes, muitos devem estar lembrados, pedia-se que o vestibulando opinasse sobre um determinado tema. Era apenas uma dissertação gênero textual muito preso à realidade escolar, em que o aluno tem como interlocutor apenas seu professor, ou o chamado interlocutor universal. O problema é que, quando escrevemos para todo o mundo, acabamos falando às paredes.
Conscientes de sua influência e responsabilidade, os responsáveis pela elaboração da prova de Língua Portuguesa realizaram uma espécie de revolução copernicana. Hoje, os conteúdos cobrados requerem um candidato que, de fato, saiba usar a língua em diversos contextos comunicativos. Entre outras tarefas, solicitam-se produção de cartas para serem enviadas a jornais, resumo de textos e interpretação de tiras e charges. Tão importante quanto a produção de textos é o enfoque dado à habilidade de leitura dos vestibulandos. O resumo exige, por exemplo, uma compreensão rigorosa do texto lido, capaz de filtrar as principais informações e como elas são apresentadas, isto é, a forma como progridem e como estão amarradas. Trata-se, portanto, de uma proposta que consegue verificar habilidades essenciais de quem já concluiu o ensino médio.
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