Dênis Marques protege a bola do gremista| Foto: Arquivo/ GRPCOM

Despedida

É a última coluna Lembra daquele jogo?. Foram mais de 50 textos de jogos inesquecíveis, para milhares ou um torcedor só. Quem quiser conversar sobre futebol, meu e-mail está lá no alto. Obrigado.

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O Atlético estreia hoje pelo Brasileiro diante do Grêmio, no Orlando Scarpelli, em Florianópolis. É mandante do jogo, mas atua longe de Curitiba por causa da barbaridade cometida contra o Vasco, ano passado. Em território esquisito também ocorreu um dos mais emblemáticos encontros das duas equipes pelo Nacional.

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Eu poderia reviver o esfuziante 4 a 2 de 1991, quando em 15 minutos o Rubro-Negro abriu 3 a 0, no cemitério indígena do Pinheirão. Ou o 2 a 0 de 2007, do segundo gol atleticano narrado como "humilhação suprema" pelos gaúchos, bola estufando o barbante após troca de passes de mais de um minuto.

Mas estes seriam moleza. Ou, melhor dizendo, que rubro-negro esqueceu? E só contar vantagens, definitivamente, não é do meu feitio. Desconfio de quem nunca apanhou da vida, cometeu um vacilo tremendo, anotou aquele gol contra decisivo.

Assim, aproveito para recordar o 3 a 3 de 2004. Sim, aquele de Erechim. Não quero gorar o Furacão logo na largada. É uma homenagem, digamos, singular, aos apaixonados por futebol (ia escrever "aos verdadeiros torcedores", mas notei que também não gosto de nada que se intitule "verdadeiro alguma coisa").

Você sabe que só aquele que "não tem medo de ser triste", tem a dignidade de recolher, às vezes sozinho, as medalhas e o troféu do vice-campeonato, é capaz de compreender na plenitude o espírito do jogo de bola.

Apito do árbitro no Colosso da Lagoa, dia 28 de novembro de 2004, e o Atlético partia para uma das partidas mais trágicas de sua história. Ninguém sabia disso ainda, claro.

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Logo aos 22 minutos, Dênis Marques, o herdeiro de Oséas, derivou pela direita e fez 1 a 0. Aos 27, Fernandinho ampliou. E já no início da etapa final o moleque com estirpe de craque francês meteu 3 a 0. O triunfo rebaixava os gremistas e encaminhava o segundo título nacional do Rubro-Negro.

O problema é que nem tudo que está encaminhado fica pronto. Aos 25, Roberto Santos diminuiu. E restando somente dois minutos para o encerramento, Baloy encurtou ainda mais a vantagem que acabaria eliminada nos descontos por Cláudio Pitbull: 3 a 3.

O empate não livrou o Tricolor da degola. E afastou o Rubro-Negro para sempre do bicampeonato brasileiro. Pelo menos, daquele de quase dez anos atrás.

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