O jornalista Carlos Alberto Pessoa, o "Nêgo" Pessoa, e o repórter Ali Chaim, o "Califa", uma madrugada rodavam pela noite curitibana batendo papo e ouvindo musica numa rádio. De repente, cortaram a música pela metade e o locutor anunciou a morte do marechal Dutra. Os dois entenderam que seria oportuno, face o adiantado da hora, dar um pulo na Gazeta do Povo e dar a informação. Chegaram lá e encontraram o "Ganso", o chefe da oficina, já com o jornal rodando. Informaram o acontecido. Ganso relutou, mas Pessoa e Chaim, convictos, garantiam que o "Doutor" iria gostar. Ganso foi convencido e Chaim sugeriu abrir uma das notas na Coluna 1, como era chamada na Gazeta, ou também popularmente conhecida como "linguiça", por serem pequenas notas à esquerda da primeira página. O Nêgo Pessoa redigiu a notícia com a classe de sempre. Garante o Chaim que a Gazeta foi o único jornal que deu a notícia.
De manhã, o diretor da redação, D'Aquino Borges, chegou mostrando irritação por mexerem na primeira página sem consultá-lo, mas logo em seguida chegou o dr. Francisco, dando-lhe os parabéns pelo furo.
A irreverência do Dicésar Plaisant
O jornalista Dicésar Plaisant fez história no jornalismo paranaense não só pelo seu talento, mas também pelo seu humor e irreverência. Conta o advogado Ivan Xavier Vianna que, um dia, Dicésar, ao se deparar com um político não muito conceituado, comentou: "Fez justiça pelas próprias mãos!" É que o indivíduo usava um paletó "xadrez"...
Dinho e Dom Geraldo
Geraldo Júlio, o Dinho, figura estimadíssima em Londrina, na época relações-públicas de uma fábrica de cerveja, era muito amigo de Dom Geraldo Fernandes, então arcebispo da "Capital do Café". Os dois não se viam havia tempos, até que um dia se encontraram. Dom Geraldo fez festa:
"Oi, Dinho! Quanto tempo que a gente não se vê, não é?"
"Pois é, dom Geraldo: eu não vou à missa e o senhor não vai à 'zona'..."
Pedido de desculpas
Na coluna de sábado passado, eu e meu amigo Luiz Fanchin Jr. fomos inapropriados com a história que relatamos e por isso pedimos desculpas. Fazemos isso pois reconhecemos o valor da mulher na família e na sociedade, e a ela nos reverenciamos com as palavras de Cora Coralina quando diz "em ti, mulher, está presente a humanidade".
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