Luiz Fanchin Júnior conta que numa das eleições para prefeito em Piraí do Sul, eram candidatos de um lado o Samuel Milléo, tradicional nos meios políticos, e do outro João Abrão, avô do deputado Ney Leprevost. O João Abrão foi com um cabo eleitoral até o bairro Fundão para verificar como estava indo a apuração. Tinha chovido bastante e a caminhonete que os conduzia começou a patinar. Não conseguiam sair do lugar. Bem próximos estavam dois rapazes fortes, de braços cruzados, assistindo à angústia do João e seu motorista. O companheiro do João então pediu ajuda para empurrar a caminhonete. Os dois não se mexeram e simplesmente falaram: "Nós somos do lado do Samuel".
Isonomia
Quem conta é Patrício Caldeira de Andrada. Em meados do século passado, o estilo das construções que embelezam até hoje a capital catarinense era baseada na arquitetura portuguesa e tinha a figura do engenheiro licenciado João José Mendonça um dos seus principais adeptos. Foi dele a responsabilidade de projetar e construir o Quartel do Exército localizado no bairro do Estreito. A cadeia dessa obra foi construída no estilo das existentes nos antigos fortes portugueses, que eram escuras, geladas e tornavam impossível alguém se evadir. Como os tempos eram de paz, a dita cadeia só era utilizada para punir os soldados que por ventura cometiam algum pequeno deslize, como por exemplo, andar à paisana. Depois de um festival que aconteceu num cinema da cidade, vários soldados cometeram esse deslize e foram detidos. No frio e no silêncio daquela noite, ouviu-se o comentário: "O filho do engenheiro que construiu esta geladeira devia passar uma noite aqui para ver o que é bom". Imediatamente escutou-se um "presente" vindo da boca do hoje arquiteto Levi Mendonça, filho do J. J. Mendonça, um dos detidos.