Conta Patrício Caldeira de Andrada que, muitos anos antes da Lei Seca, o saudoso dr. Fernandino Caldeira de Andrada tinha suas reservas em relação ao consumo de bebidas alcoólicas antes de dirigir. De carona com seu companheiro de Rotary, o empresário Celso Osternak, foi até Quatro Barras saborear uma churrascada oferecida pelo também rotariano Orestes Thá. O animadíssimo "seu" Celso, que é de origem germânica, passou o dia dominando o ambiente com as suas deliciosas conversas regadas a piadas, risos, carnes e cervejas.
Perto do encerramento do evento, sutilmente o Caldeira alertou todo o grupo sobre a sua preocupação relacionada à bebida e direção, pedindo muito cuidado ao dirigirem na volta para as suas casas. Aproveitando a deixa, o sempre gozador Osternack prendeu mais uma vez a atenção de todos quando falou, com a feição bem séria: "Fernandino, fique tranquilo, o ser humano pode beber uma garrafa de cerveja que não lhe faz mal algum, pode beber duas garrafas, meia dúzia, uma dúzia, até duas dúzias de garrafas que não faz mal algum. E concluiu: "O que não devemos fazer é exagerar".
Aventura em Guaratuba
No fim dos anos 40, o advogado Clóvis do Espírito Santo, falecido em 2008, comprou um Chevrolet 1929 que precisava de cuidados extremos; levou-o para a casa da sua avó Thusnelda, na esquina das Rua Lourenço Pinto com André de Barros, e, com a ajuda de um amigo mecânico, conseguiu trazer o carro à vida novamente. Para testar o possante na estrada, Clóvis convidou o irmão Gil, que trabalhava na Receita Estadual, para irem até Guaratuba.
No dia marcado, o Gil não apareceu e o Clóvis pegou a estrada sozinho. Quando estava adiante de São José dos Pinhais, furaram dois pneus; naquela época, borracheiro na estrada, nem pensar. O Gil, como bom companheiro que era, perdeu a hora, mas foi atrás do irmão de táxi. Quando o viu naquela situação na estrada, a saída que encontraram foi encher os pneus com capim para terminar a aventura.