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Tainha frita

Esta receita aprendi com minha irmã Maria Helena, mãe do Alfredo Roberto de Oliveira, o Fedoca, dono do restaurante do mesmo nome localizado na Lagoa da Con­­ceição, em Florianópolis.

Tainha sem cabeça e sem rabo, eviscerada e escamada. Lave bem e enxugue. Corte em postas nem muito finas nem muito grossas. Use farinha de mandioca branca e coloque o sal. Mis­­ture bem e polvilhe o peixe por fora e por dentro. Frite numa frigideira funda com bastante óleo de milho, dos dois lados.

Nelson Penteado conta que o Pedro Stier estava com a irmã, Ieda, pescando na lancha dela, na Baía da Babitonga. Pedro estava agachado no assoalho da embarcação, mexendo nos apetrechos, quando ouviu a forte sirene do barco da Capitania dos Portos de São Francisco, que os abordou. Levantou-se, bateu com os olhos nos do oficial da Marinha, que lhe disse:

– O Sr. tem carteira de Mestre-Amador?

Pedro piscou para a Ieda e respondeu firme:

– Não senhor!!

– Então o barco está apreendido! Desligue o motor!

Jogou o cabo e os rebocou até a Capitania. Lá chegando, veio um oficial superior, que o inquiriu:

– O Sr. está navegando sem habilitação?

Pedro puxou uma longa cachimbada e calmamente disse:

– Por que estão perguntando isso pra mim? O barco é dela e ela tem toda documentação, inclusive de Capitão Amador.

As autoridades se entreolharam e pediram desculpas. Pedro disse, seguro:

– Agora quero que nos reboquem de volta.

Foi feito, sob gargalhadas...

Vivendo e aprendendo

O casal Rubens - Maria Dalva Giglio conseguiu chegar à Espanha, proveniente de Paris, onde havia ficado retido devido à interrupção das atividades aéreas por causa do vulcão da Islândia. Ao desembarcar, um gari ofereceu seus préstimos para levar as malas do casal. De tanto "se virar sozinho" durante o imprevisto, o Rubens – que achou que já havia aprendido tudo com o estresse pelo qual passou – agradeceu o serviço e colocou suas bagagens num carrinho. Ao tentar deslocar o veículo, não conseguiu e pediu ajuda para a esposa. Mesmo aplicando muita força o casal não conseguiu mexer o dito cujo, e então o Rubens apelou para o gari com a desculpa de estar com "lombalgia".

Sem cerimônias o carregador colocou uma moeda num cofrinho anexo ao carrinho para liberar as rodas e, alegremente, ganhou o frete. É mais uma história do protegido Patrício Caldeira de Andrada.

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