Ser apresentador de telejornal hoje em dia não deve ser moleza. Além de passar informações com credibilidade e segurança ao público, há de se ter uma série de cuidados e um excelente preparo físico, quase equivalente ao de um atleta.
Quem não tem um joelho muito bem fortalecido, por exemplo, talvez nem possa exercer a profissão, de tanto senta e levanta da bancada para “falar” com o telespectador.
Tudo muito diferente de quando bastava ao jornalista se sentar em frente à câmera e ler as notícias, época em que o apresentador era chamado muito apropriadamente de âncora: mais parado, impossível.
Agora, os novos cenários fazem com que os apresentadores se levantem a todo instante para levar a notícia ao telespectador. Seja para analisar gráficos da economia em telas gigantes, discutir a chuva ou o sol da previsão de amanhã com a garota do tempo ou conversar com os correspondentes internacionais frente a frente na tela que, de resolução tão perfeita, deixa dúvidas se o sujeito está mesmo lá no país em que o gerador de caracteres da televisão insiste em afirmar que ele de fato está.
Quem não tem um joelho muito bem fortalecido talvez nem possa ser apresentador de telejornal, de tanto senta e levanta
A mudança parece ter agradado o público brasileiro. Só no primeiro dia do atual cenário, o Jornal Nacional, o último bastião da velha escola de apresentadores sentados do telejornalismo brasileiro, teve aumento de 10% na audiência, segundo o Ibope. E, se o novo formato vingou no Jornal Nacional, agora é padrão para todos os outros jornais da televisão do Brasil.
Além do preparo físico, esse novo formato também exige cuidado redobrado no vestuário dos apresentadores. Calça e saias devem estar perfeitamente passados para não surpreender o espectador quando o jornalista se levanta.
No caso das moças, há de se ter atenção especial se não há nenhum furo na meia-calça, além da precaução com o salto alto – um passo em falso na caminhada da bancada à tela e o vexame pode ser enorme. Isso sem contar o velho risco da braguilha aberta no caso dos apresentadores.
Riscos que os âncoras da moda antiga não corriam. Ninguém nem sabia se o apresentador estava vestido da cintura para baixo.
Interessava só se o nó da gravata não estava torto e se a camisa estava devidamente alinhada. Além do cabelo bem cortado, da maquiagem nada exagerada e da barba muito bem feita, obviamente. O resto passava.
Tanto que, nos 27 anos em que ficou à frente da bancada do Jornal Nacional, ninguém nunca soube o que o Cid Moreira vestia de fato da cintura para baixo.
Um mito que, no caso do William Bonner e dos outros apresentadores do Jornal Nacional de agora, caiu por terra de vez. Pelo menos de abril para cá, todos temos certeza de que de fato eles não trabalham de bermuda ou de cueca samba-canção.
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