Não me canso de ver a foto da gurizada jogando futebol ao lado da pista do Aeroporto Afonso Pena em 1975, publicada semana passada no blog Aviões em Foco, do amigo Gustavo Ribeiro. Enquanto a meninada se diverte no campinho de São José dos Pinhais, um avião decola ao fundo.

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A proximidade com a pista é tanta que a sensação é de que a bola vai bater na aeronave. Segundo o Gustavo, a imagem faz parte do acervo da Infraero e foi garimpada pelo grupo Resgatando a História do Aeroporto Afonso Pena, do qual ele faz parte.

Outra foto em que volta e meia gosto de dar uma olhada é a de um grupo de amigos na Vila Guaíra dos anos 60, publicada pelo site Curitiba Antiga. São 12 rapazes, todos com gomalina no cabelo e que hoje devem ser senhores de respeito, em torno de duas lambretas invocadas, com a igreja ucraniana da atual Avenida Kennedy ao fundo.

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O Curitiba Antiga, aliás, é um excelente passatempo para quem gosta de imagens de tempos atrás. Dia desses, recorri ao site para mostrar ao próprio Gustavo a foto do Restaurante Jatão, inaugurado no fim dos anos 70 em Santa Felicidade. O Jatão, como o nome diz, tinha o formato de um avião. Ficava onde hoje é a rotatória da Avenida Manoel Ribas com a Via Veneto.

O único jeito de fazer uma boa foto era se aproximando o máximo possível do fato

O curioso é que, para não atrapalhar o trânsito na Manoel Ribas, a prefeitura determinou que uma das asas fosse cortada. Ou seja, era um avião manco.

Lembro que quando eu era bem pequeno ficava fascinado por aquele gigante que, apesar do nome, não voava. Por isso a foto me traz recordações gostosas.

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Aqui entre os colegas de redação, uma das diversões da rapaziada é vasculhar o acervo de fotos de futebol de O Estado do Paraná e da Tribuna do Paraná resgatadas pelo repórter André Pugliesi, que recuperou boa parte da história esportiva do nosso estado, mas infelizmente não conseguiu identificar o crédito da maioria dessas fotos.

Grande parte desse acervo o André vem publicando no blog Memória FC. E o interessante é que, numa época em que os repórteres fotográficos não tinham acesso a toda a tecnologia de equipamentos e lentes de hoje em dia, o único jeito de fazer uma boa foto era se aproximando o máximo possível do fato. Portanto, a sensação que se tem vendo esses registros é de que os fotógrafos estavam praticamente dentro do gramado, junto com os jogadores. Sem contar o charme do preto e branco.

Uma das preciosidades que o André encontrou são as imagens do último jogo da carreira do craque Djalma Santos, bicampeão mundial com a seleção em 1958 e 1962. Foi jogando pelo Atlético, em amistoso contra o Grêmio, na Vila Capanema, em 1971, que o maior lateral-direito de todos os tempos se despediu do futebol. E a foto de Djalma tirando a camisa rubro-negra no vestiário, com um sorriso de satisfação, resume muito bem o que foi a carreira do craque.

Outra bela fonte para quem gosta de imagens antigas é o site Old School Panini, que publica fotos de figurinhas de futebol das mais diversas épocas. O legal nesse caso são as montagens que costumam fazer de todas as figurinhas de um determinado jogador ao longo dos anos. E aí vem a graça: ver como as modas mudam através dos anos pela perspectiva de um mesmo personagem. Tenho certeza de que muitos jogadores, ao verem essas figurinhas, ficam se perguntando por que raios escolheram determinados cortes de cabelo.

Não tenho a sensação de que o passado era melhor ou pior do que o presente nessas imagens. Mas que as fotos, mesmo com muito menos recursos que hoje, tinham muito mais vida, disso não tenho dúvida.

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