Estádio Joaquim Américo Guimarães lotado em domingo de jogo. Ano de 1949| Foto:
O famoso time que foi chamado de Furacão em foto de 1949
Time que pela primeira vez jogou com o nome de Atlético, em 1924
Cleon Padilha, símbolo do atleticano roxo e conselheiro do clube
O campo do Atlético com o saudoso bosque de pinheiros ao fundo, em 1949
Rua Buenos Aires na baixada, carros estacionados em dia de Atletiba, em 1945
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Mesmo que não sejamos muito ligados ao futebol, os acontecimentos que nos cercam fazem com que, de alguma forma, tomemos conhecimento do que anda acontecendo em torno de um ícone venerado em boa parte deste mundo redondo: a bola. No fundo do túnel do tempo vemos um aceno que nos promete o nirvana, um paraíso recheado de melhorias pela cidade, pelo estado e por todo o país. Como arauto deste Olimpo recheado de maravilhas, vem o anjo, que mais parece o gigante da história de João e o pé de feijão, com a mensagem: fá, fé, fí, fó, fum! FIFA!

O epicentro do espetacular milagre que o anjo Fifa escolheu para irradiar as benesses pela urbe curitibana é conhecido por vários nomes e apelidos: Caldeirão, Baixada, Arena e pelo já quase esquecido nome de: Estádio Joaquim Américo Guimarães. Agora mesmo aquele ambiente deve ferver com a disputa pelo mando maior dentro do Rubro-Negro velho de guerra. Até um presidente que jogou fora a chuteira está tentando achá-la para calçar outra vez; talvez seja um cinderelo arrependido.

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Quem já não ouviu a história da famosa sopa de pedra? Pois é! A Fifa entra com a pedra e por aqui entramos com a panela; não confundir com os políticos que, solertes, sempre têm as suas panelas – nesta sopa eles entram apenas com uma grande colher. Não é só com a panela onde a Fifa coloca a pedra, devemos colocar também a água na qual vamos deitando os caríssimos implementos, por nossa conta. Os legumes fresquinhos tirados dos cofres públicos são adicionados à sopa, e não é só. As carnes, o ossobuco e o sal dos impostos que pagamos acrescentamos para dar gosto ao caldo. Cenouras, nabos, batatas, beterrabas que representam milhões entram no panelão para engrossar o caldo. Alguns cogumelos são adicionados a pedido dos que foram escalados para cuidar da canja milionária.

Tal iguaria vai demorar para ficar pronta, vai ferver por três anos e só poderá ser servida em 2014. Antes disto acontecer, alguns poucos provarão com suas colheres pequenas porções do suco, quando então a dona da pedra se apropriará da iguaria preparada, nos deixando a panela apenas com uma pedra dentro e que deve ser jogada fora, ou então guardada em praça pública, como símbolo de que o bom da sopa não é para quem a fez, mas para quem encheu a burra, digo a pança.

A banda vai passar tocando boleros para a dança dos boleiros, entremeando tangos coreografados pelos cartolas milongueiros. Nesse festivo e milionário baile ficaremos como antigamente a rapaziada que não sabia dançar ficava: em pé, estática, admirando os mais felizes, que sabiam trocar os passos, deslizando pelo salão com suas namoradas, com os rostos colados. Valsas, tangos e boleros, alem de polcas e mazurcas (alguns confundirão com mazorcas), serão bailados que, basbaques, ainda assistiremos na tal Copa do Mundo em Curitiba. Talvez até aprendamos, e acabemos também dançando.

Como antigo torcedor do Atlético, quando então os jogadores eram prata da casa e a camisa rubro-negra era realmente vestida por amor, a Nostalgia deste domingo é ilustrada com fotografias do "Joaquim Américo" do meu tempo. Aproveito ainda para homenagear o atleticano mais apaixonado que conheço. Piá nascido junto às arquibancadas do estádio fez do clube a sua opção de amor. Ao velho amigo Cleon Padilha, uma viagem à velha Baixada.