O busto de Julia Wanderley danificado...| Foto:
...Reapareceu recuperado
Julia Wanderley, em 1905
Edifício da Universidade do Paraná, em 1951
Portão do Passeio Público, em 1930
Inauguração do monumento ao presidente Zacarias, em 1915
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Foi por volta de 1985 que lembro ter tomado conhecimento do vandalismo sofrido pelo busto erigido em memória da professora Julia Wanderley em frente do colégio que leva o seu nome e instalado na Avenida Vicente Machado na esquina com a Rua Francisco Rocha, no Batel.

O assunto sobre o monumento danificado, esculpido por Erbo Stenzel em granito, surgiu no bar da antiga e extinta Churrascaria Cruzei­­ro. Foi aventada a possibilidade de ter sido a depredação executada por alunos ou ex-alunos da própria escola, que na época ainda era denominada como "Grupo Escolar Júlia Wander­­ley". Naquela época, a cabeça foi derrubada do pedestal tendo sido destruído o nariz.

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Durante um quarto de século a cabeça da ilustre mestra ficou ali, mutilada, mostrando o descaso das autoridades (in) competentes para com a nossa memória, ainda mais em se tratando de um símbolo da cultura paranaense, como o é Dona Julia. É bem verdade que algum esforço aconteceu para reparar a depredação: uma antiga diretora do estabelecimento tentou reparar o dano, bisonhamente, com durepox. No­­ticiários na imprensa não fal­­taram, entretanto sem nada adiantar.

No dia 26 de julho do ano passado decidimos escachar a vergonha ostentada, durante tantos anos em frente do educandário, aqui nesta página da Nostalgia. Surtiu efeito. O busto foi retirado e, agora, meio ano depois, reapareceu perfeito com o nariz recolocado como se nunca tivesse dali saído. Não podemos deixar de cumprimentar o artista que executou o serviço com tal perfeição. Lá, está a cabeça da professora Julia Wanderley.

A nossa luta pela preservação dos símbolos históricos e também pelos seus valores, como reverência ao que existiu, é uma real estima em prol da memória do nosso povo. Temos a satisfação de ter compartilhado na preservação do nome da Universi­­dade do Paraná, através do seu prédio histórico como símbolo de Curitiba. Assim como participamos com re­­portagem, aqui na Gazeta do Povo, para o retorno do pedestal original do monumento de Zacarias de Goes e Vascon­­cellos, erigido em 1915 na praça do mesmo nome.

A data da inauguração do Passeio Público também foi retificada pela Gazeta do Povo, enquanto a prefeitura insistia em fixá-la como sendo em agosto de 1886, quando na verdade foi aquele espaço inaugurado no dia 2 de maio de 1886 pelo então presidente da província, Alfredo de Escragnole Taunay.

Esta página memorialista sente-se satisfeita, através da Gazeta do Povo, em ter participado em mais esta preservação, no que é mais caro para a cidadania de um povo: a sua História.

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