Fotografia aérea da Praça Tiradentes em 1970. Há 40 anos a cidade já estava cheia de arranha-céus, entretanto as ruas ainda tinham um tráfego de automóveis bem suportável| Foto:
Demolição da estação de bondes para abrir espaço ao trânsito de carros. Foto feita em abril de 1952
Imagem da Praça Tiradentes, onde existiu a estação dos bondes, tomada com o estacionamento de carros. Foto de 1948
Um jeitinho de mostrar o aparelhamento da polícia era a bênção dos veículos e armamentos em frente à Catedral, com uma boa presença de público, logicamente. Foto de junho de 1948
Para defender de vandalismos o primeiro monumento erigido em Curitiba, a estátua do Marechal Floriano foi cercada por uma balaustrada de ferro eletrificada – quem encostasse levava um pequeno choque. Praça Tiradentes em 1910
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Curitiba caótica? Não deixa de ser estranho esse título para um texto que trata sobre coisas do passado, entretanto o caótico fica por conta da atualidade sem nada ter com os tempos idos. O cidadão curitibano vem sofrendo, já há longo tempo, com acontecimentos que chegam a nos mostrar uma cidade desajustada socialmente. Assaltos, pichações, invasões de propriedades e principalmente um trânsito de veículos incontrolável.

O trânsito então é uma calamidade. Duas ocorrências na última quarta-feira mostram bem como está a neurose dos nossos motoristas, quer amadores como também os profissionais. Por volta das 10 horas da manhã nas esquinas centrais das ruas Marechais Deodoro e Floriano dois motoristas partiram para agressões verbais e físicas, um deles sendo ferido com uma barra de ferro, agressão que foi contida pelo público e pela polícia.

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Na mesma quarta-feira, em torno do meio-dia, no Cajuru, um ônibus desses denominados ligeirinhos, trombou com violência na parte traseira de um carro conduzido por uma senhora que levava suas duas filhas para a escola. Acontece que o carro obedeceu ao sinal amarelo e parou nas esquinas da Avenida Afonso Camargo com a Rua João Dranka. Alegação do condutor do ônibus: ter de cumprir horário e achar que a motorista seguiria mesmo com o sinal amarelo aceso. Pelo estado do automóvel, o prejuízo material foi elevado.

Por sorte as crianças que estavam no carro não se feriram – apenas a motorista sofreu uma luxação. O motorista do ônibus alegou que tinha de prosseguir por ordem de sua empresa, ainda achando ter razão apesar de ter batido na traseira do automóvel.

Citamos esses dois acidentes como exemplos dos inúmeros que acontecem diariamente por toda a cidade. Quem dirige sabe disso perfeitamente. Os ônibus expressos, os vermelhões, transitam pelas suas canaletas pouco interferindo na circulação dos demais veículos, entretanto os ditos ligeirinhos, que percorrem suas linhas por ruas juntamente com os automóveis e outros veículos, abusam tanto da velocidade como costuram o tráfego de um lado para outro, colocando em perigo as vidas dos que estão corretamente nas vias, assim como a dos próprios passageiros que transportam. O cidadão dirige seu carro dentro da velocidade permitida, ou seja, no máximo a 60 por hora, e tem em seu costado um ônibus bufando forçando a pressa por ter de cumprir horário.

Não adianta a instalação da fiscalização eletrônica desde que os aparelhos de radar são ignorados pela maioria dos infratores. Aproveito a oportunidade para perguntar às autoridades que controlam o trânsito em Curi­­tiba, quer municipal, quer estadual, se as mesmas poderiam fornecer o número, a quantidade de ônibus que fazem o transporte urbano pela cidade e que já foram multados pelos ditos radares, principalmente por furarem o sinal vermelho, ou pararem na faixa dos pedestres. Seria uma boa forma de cientificar os que cumprem seus deveres de cidadania de que estão tendo seus direitos plenamente respeitados.

Como a função da Nostalgia é levar o leitor em viagem para outras épocas, aproveitamos para ilustrar esta página com fotos do passado do coração de Curitiba. A Praça Tiradentes e seu trânsito através dos tempos.

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