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Imagem gravada em 1945. Vemos a quadra do Senadinho somente com o movimento de pedestres | Acervo Cid Destefani
Imagem gravada em 1945. Vemos a quadra do Senadinho somente com o movimento de pedestres| Foto: Acervo Cid Destefani
  • O curitibano que circulava pelo Centro dava a sua paradinha no Café Alvorada, no Senadinho. Foto feita após horário do almoço, em 1946
  • Um aspecto da Rua XV de Novembro em 1930. O local ficou conhecido comoSenadinhopor mais de quatro décadas
  • O escultor João Turin, entre dois amigos, na porta do Café Belas Artes, apreciando o movimento no Senadinho, no final da década de 1930
  • Público reunido no Senadinho, em frente da Gazeta do Povo, para ouvir a transmissão do jogo entre paranaenses e gaúchos, no ano de 1943
  • Rua XV de Novembro, o Senadinho, em vista feita da Rua Monsenhor Celso para a Rua Marechal Floriano, na década de 1940

Quem transita hoje pela Rua Quinze de Novembro, entre as ruas Marechal Floriano e Monsenhor Celso, nem imagina o que aquele trecho representou para Curitiba entre as décadas de 1920 e 1950. Hoje, o espaço ocupado pela Boca Maldita na Avenida Luiz Xavier é uma mera sombra do que acontecia no dia a dia daquele local, popularmente denominado de Senadinho.

A importância ao espaço foi ocorrendo pela concentração de casas comerciais, especializadas em artigos tanto femininos como para os homens. Ajudou ainda para que se transformasse em ponto de encontro a existência de três cafés e uma livraria e, ainda na década de 1920, a instalação da Empresa Gráfica Paranaense, que editava a Gazeta do Povo, esta colocava as últimas notícias sobre a parede da fachada. Posteriormente as notas eram assentadas numa laje de mármore, logo sendo conhecida pelo público como: A pedra da Gazeta.

A agitação ficava em torno do Café Belas Artes, onde se encontravam os artistas, jornalistas e intelectuais de então. O Bar e Restaurante Paraná, também naquele ambiente, foi outro ponto de encontro da nata intelectiva até o final da década de 1960. A maioria atraída por sua famosa sopa húngara, jamais imitada, exaltada até hoje por quem dela provou. Surgiu ali o Café Alvorada, que ficou sendo o ponto obrigatório dos papos por volta da hora do almoço. Naquele local, entre tantas outras coisas, aconteceu a transmissão por alto-falantes de um jogo de futebol entre as seleções do Paraná e Rio Grande do Sul.

A quadra do Senadinho tinha as casas comerciais divididas. Em direção à Rua Monsenhor Celso, ao lado esquerdo, estavam as de modas como: Casa Constantino, especializada em chapéus da marca Ramenzoni; em seguida, a Capital das Modas, que ainda está lá; aí vinha o Atelier de costura São Paulo, a Casa Camelo, especializada em calçados. O libanês Calluf com a sua loja O Louvre, seguido pela Fábrica Paulista de Roupas Brancas; a última era a Casa das Meias de outro libanês, o Nasser. O curioso desta loja era o número do telefone: 666 – que nada tinha a ver com o indicador da besta e sim com as peças de vestuário para os pés.

No lado direito, funcionavam casas especializadas em utilidades. Principiando com a Casa Metal, tendo entre esta e a Casa Esmalte a Confeitaria Tingui; mais adiante, Miguel Baduy com o seu comércio de refrigeradores, seguido por C.O. Mueller, com revenda de motores. A quadra do Senadinho possuía três agências bancárias: na esquina da Rua Marechal Floriano, estava o Banco Paulista do Comércio; na esquina da Rua Monsenhor Celso, do lado esquerdo, o Banco de Londres; e na direita, o Banco Francês-Italiano.

Para que o leitor veja a diferença entre o ontem e o hoje do antigo Senadinho – tanto no aspecto arquitetônico como também na presença humana que frequentava o espaço mais agitado que já existiu na nossa velha Rua Quinze de Novembro –, ilustramos a Nostalgia deste domingo com meia dúzia de imagens do ambiente de então.

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