Quem segue, e até persegue, esta página dominical da Gazeta do Povo já se acostumou com as histórias e as imagens nela apresentadas. Quando perguntam a mim se teremos novidades no próximo domingo, respondo: Nada de novidades, só coisas velhas! Bem, são coisas velhas, ocorridas há largo tempo, são histórias e fatos dos velhos tempos de uma Curitiba bucólica, cujos habitantes jamais podiam imaginar lances que acontecem no presente.
Ocorre que dentro dessas coisas velhas existem muitas novidades, mesmo para quem está acostumado, como eu, a rebuscar assuntos em episódios curiosos da nossa vivência curitibana. Uma das figuras com quem tive o prazer de privar no meu tempo de foca de redação foi um tipo inesquecível: o artista, criador de personagens e chargista Alceu Chichorro, falecido em 1977. Seus desenhos e caricaturas, feitos em traços fortes, são inconfundíveis.
São conhecidas duas homenagens prestadas ao ilustre conterrâneo. A primeira foi ter uma das ruas do Bairro Alto batizada com seu nome e a outra é a Gibiteca Alceu Chichorro, instalada na Cidade Industrial. Entretanto, garimpando imagens, encontrei a fotografia de um monumento erigido dentro de uma exposição realizada na década de 1930. A mostra esteve montada no descampado que hoje é a Praça Rui Barbosa.
O aludido monumento prestava um tributo de gratidão ao chargista pela criação de três figuras que ilustraram durante décadas as primeiras páginas de jornais curitibanos. Chichorro satirizava acontecimentos na vida cotidiana da cidade, principalmente os ligados à política, através de um quadro onde analisavam as ocorrências das figuras Chico Fumaça e a mulher Marcolina, sempre acompanhados do cachorro Totó, este sempre de orelhas em pé como que prestando atenção ao diálogo.
A foto das estátuas, sobre um alto pedestal, é o único registro da reverência pública que foi prestada ao Alceu Chichorro ainda em vida, referendada pelas imagens dos personagens das críticas que eram feitas. Pena que o monumento foi usado unicamente durante a existência da aludida exposição como peça decorativa, restando hoje apenas à fotografia que está publicada nesta página.
Para ilustrar a Nostalgia deste domingo, temos ainda a foto do lago do Passeio Público, feita em 1906, quando aquele parque completava seu vigésimo ano de existência. Vemos o desfile dos componentes da fábrica de mate Leão Junior. Tais desfiles eram obrigatórios nas datas festivas durante a ditadura de Getúlio Vargas. Em outra foto, vamos até o bairro do Cajuru, onde uma locomotiva Maria-Fumaça passa em destino a Paranaguá. Abordando assunto ligado à Estrada de Ferro estão duas fotos da conhecida Ponte Preta, cuja serventia hoje é servir como arapuca para motoristas incautos, que ali entalam com ônibus e caminhões. A ponte é uma das atrações turísticas de Curitiba por sua atual serventia.
Como ilustração final, vemos a imagem da Usina Elétrica do Capanema. Sua energia era produzida por milhares de metros cúbicos de lenha que era queimada em suas fornalhas e que aquecia as caldeiras abastecidas pelas águas do Rio Belém.
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