Catedral de Curitiba, em 1924| Foto:
Prédio da prefeitura na Praça Generoso Marques em 1917, com relógios em todas as faces da torre
Relógio da Praça Osório, inaugurado em 1914. A foto é de 1916, com ele ainda sem o mecanismo
Confeitaria Ao Pharol, na Rua XV com Barão do Rio Branco, e seus dois relógios de sol. Foto de 1902
Estação da Estrada de Ferro em 1958, com destaque para o relógio
Relógio de sol da Farmácia Stellfeld
Relógio da Santa Casa
Relógios da Catedral
O relógio da Igreja da Ordem orientava o tempo para os colonos. Foto de 1930
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Se perde no tempo a instituição dos relógios de rua em Curitiba. O mais antigo conhecido ainda existe e está instalado no topo da extinta Farmácia Stellfeld, na Praça Tiradentes – é um relógio de sol. Mais dois iguais existiam na esquina da Rua Quinze de Novembro com a Rua Barão do Rio Branco e estavam fixados nas paredes com face para cada uma das ruas da casa onde funcionava a Confeitaria Ao Pharol.

O primeiro relógio mecânico aparece instalado na torre da Igreja Matriz da Praça Tiradentes, em fotografia feita em abril de 1870, em solenidade religiosa ocorrida pela volta dos Voluntários da Pátria da Guerra do Paraguai. O Mercado Municipal, inaugurado em 1874, ostenta em seu alto também um relógio mecânico. O prédio da Estação Ferroviária, inaugurada em 1885, tinha em destaque o seu relógio. A Igreja da Ordem aparece com seu relógio à meia altura da torre, cujos mostradores eram constantemente consultados pelos colonos que faziam ponto no Largo.

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Outro relógio importante está instalado sobre a Santa Casa, inaugurada em 1880. O som de seus sinos, marcando as horas, era ouvido até no bairro do Batel. A Catedral de Curitiba possuía um único relógio, instalado na torre da direita – para a torre da esquerda, estava em projeto a colocação de um barômetro, coisa que nunca ocorreu. Até a poucos anos o velho relógio funcionou perfeitamente, desde a sua inauguração em 1893.

O relógio da Praça Osório é, sem dúvida, o que tem mais histórias entre os marcadores das horas curitibanas. Foi inaugurado junto com os melhoramentos feitos naquele logradouro pelo prefeito Cândido de Abreu, em 1914. Acontece que ficou no local apenas como um totem durante quatro anos, pois seu mecanismo, encomendado na Alemanha, somente chegaria após o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Por sinal, seu pedestal foi usado para colocar as bandeiras dos países aliados em sinal de repúdio pelo torpedeamento de embarcações brasileiras por submarinos germânicos.

O relógio da Osório funcionava aos trancos e barrancos. Vivia mais parado e, quando não, nunca estava com a hora certa. O povo comentava: relógio que atrasa não adianta! Por duas vezes sua caixa foi mudada, assim como os mostradores. De redondo passou a ser quadrado e tornou a forma circular. A última mexida que deram no coitado foi por volta de 1993, quando foi retirado da Praça Osório e colocado na Avenida Luiz Xavier, onde em seu pedestal o trêfego prefeito, tentando se eternizar, colocou uma placa de bronze com seu nome que, por sinal, já foi devidamente retirada por algum gatuno.

Os marcadores do tempo instalados mais recentes na cidade são: o Relógio das Flores, da Praça Garibaldi, e o Relógio Digital da Rua XV, que também teimam em não adiantar muito como marcadores do tempo. Existem ainda relógios instalados em prédios particulares, onde se destaca o do edifício apelidado de Ghotam City, ali da Alameda Carlos de Carvalho. Aliás, todos eles são hoje adereços decorativos, pois todo mundo porta suas horas não só em relógios de pulso, mas principalmente em computadores e nos telefones celulares – quem não tem um? Ou mais? Depois de tudo, alguém pode informar que horas são?