Junto à escultura de uma de suas onças, João Turin receba as visitas de Gaspar Velloso e Valfrido Piloto, em 1947| Foto: Acervo Cid Destefani
Na sala de aulas da Real Academia de Bruxelas, com demais alunos. João Turin aparece em baixo da platibanda, como a suster a mesma. Foto de 1907
O artista trabalhando com modelo vivo em nu artístico. Foto de Badaró Braga, em 1948
Era comum se encontrar João Turin na Rua XV, no Senadinho, onde ficava o Café Belas Artes, ponto de encontro com os amigos, nas décadas de 1930-40
Em Paris, vemos João Ghelfi e Zaco Paraná ladeando João Turin, sentado. Década de 1920
João Turin aos 17 anos, em 1895
João Turin aos 70 anos, em 1948
João Turin aparece na porta de seu atelier-residência, na Avenida Sete de Setembro. Década de 1940
Zaco Paraná, o mais baixo, junto com Turin quando ainda estavam na Escola Mariano de Lima, em 1905
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De repente as obras de João Turin, o nosso escultor maior, vão ser aproveitadas, salvas e recuperadas – já não era sem tempo. Desde a morte do artista, em 1949, suas esculturas permaneceram com o seu sobrinho, o advogado Jiomar Turin, que por inúmeras vezes buscou negociá-las com o setor cultural, tanto da prefeitura como o idêntico do governo do estado. Foi sempre protelado, afinal peça de museu não dá voto e tampouco apoio à cultura.

João Turin, como era conhecido e assinava suas obras, nasceu na Vila de Porto de Cima, no município de Morretes, em 21 de setembro de 1878. Ainda jovem, veio para Curitiba, onde estudou arte na Escola de Artes e Ofícios de Mariano de Lima. Foi seu companheiro um polaquinho de Marechal Mallet, cujo nome era Jan Zack, que, no futuro, adotaria o nome de Zaco Paraná.

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Turin e Zaco, demonstrando as suas habilidades artísticas, fizeram-se notar pelo presidente do Paraná, Vicente Machado, que providenciou bolsas de estudos para ambos na Bélgica, na Real Academia de Belas Artes de Bruxelas – era o ano de 1905 e João Turin estava com 27 anos de idade. Turin ficou residindo em Paris até 1922, e com estúdio próprio elaborou diversas esculturas, assim como ajudou diversos ex-companheiros da Real Academia na elaboração de seus trabalhos, chegando a retocar algumas peças.

Por ocasião do Centenário da Independência, retornou ao Brasil, tendo instalado seu atelier na atual Praça Dr. João Cândido, no Alto do São Francisco; tempos depois construiu um novo estúdio e residência, na Rua Sete de Setembro, esquina com a Coronel Dulcídio. As praças de Curitiba contêm diversos monumentos por ele esculpidos. Seu sobrinho Ticiano, já falecido, contava que posou para o tio quando este fazia a estátua de Rui Barbosa que se encontra na Praça Santos Andrade; sendo ele meio cambaia, na figura do ilustre baiano se podem notar as pernas meio arqueadas.

João Turin criou o estilo de arte paranista, junto com os pintores Lange de Morretes e João Ghelfi, no qual o motivo principal era o pinheiro-do-paraná, seus troncos e suas pinhas e pinhões. Turin projetou a casa estilo paranista que existiu na Rua José Loureiro. Quando a mesma estava para ser tombada, o arquiteto Fernando Carneiro avisou os proprietários que, incontinenti, a demoliram.

Vamos encontrar o ilustre artista tomando parte em exposições e orientando a preservação de prédios históricos, como quando foi construído o apenso da Catedral, no lado da Rua Barão do Serro Azul. Em 1948, o artista foi premiado no Salão Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro, com a medalha de ouro pela sua obra "Luar do Sertão", onde esculpiu uma onça com a cabeça voltada para o céu. Uma cópia desse trabalho está na rótula em frente do prédio da prefeitura de Curitiba.

Falar sobre João Turin merece mais de um livro, como os que já foram publicados. Hoje, o seu nome está batizando a antiga Travessa Borguetto, a menos de cem metros de onde existia o seu atelier. O ilustre escultor faleceu no dia 9 de julho de 1949. As fotografias que a Nostalgia apresenta neste domingo são, todas, em homenagem à lembrança da figura do nosso escultor maior: João Zanin Turin.

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