Esta maravilhosa Curitiba não é só para inglês ver, quem enxerga bem, que venha de onde vier, vai notar que é uma cidade camaleão onde todo mundo bota colher torta, dá o seu palpite e que, na verdade em sua maioria, está ai mais para ver a banda passar.
Quem lembra da Praça da Polônia? Aquela mesma que ficava ali no Cabral e que foi desativada no inicio da prefeitura de Lerner? Pois é, a polacada que ajudou a fazer esta cidade presenteou aquela praça com um monumento a Copérnico vindo especialmente da pátria Eslava. Mudaram a praça com monumento e tudo e nunca mais se ouviu falar nela.
Os ucranianos moradores do Bigorrilho doaram o monumento em honra ao grande poeta de sua terra, Taras Shevchenko, para ornamentar a Praça da Ucrânia, naquele bairro. Bairro que o pantagruélico apetite imobiliário insiste em chamar de Champagnat para dar status aos nouveau riches adquirentes de seus imóveis.
Batel Soho. Um tempo foi Praça Áurea, nome dado em homenagem à filha do doador do terreno, mais adiante a homenagem foi esquecida e o ambiente transformou-se em Praça Alfredo Andersen. O nome do dito pai da pintura paranaense foi destituído para dar lugar à Praça da Espanha. Com o tempo, o lugar foi criando fama, tinha o grupo de valentões arruaceiros que se auto-intitulavam: A turma da Praça da Espanha, escafedeu-se o tal grupo. Hoje o ambiente é palco de festas promovidas pelo comércio local.
Tais ambientes públicos nunca foram palco de comemorações efetivadas pelas etnias homenageadas, se alguma comemoração foi realizada talvez tenha se restringido ao ato inaugural, outras, se houveram, desconhecemo-las.
Temos, porém, outro ambiente público encravado exatamente no inicio do bairro da Água Verde. A Praça do Japão que homenageia a etnia nipônica de Curitiba e vizinhança. Os nossos japoneses fazem jus ao tributo que lhes é prestado. Aquele local recebe, com muita freqüência, festividades promovidas pela colônia nipônica, festas estas que o curitibano já se acostumou a freqüentar.
A Praça do Japão está ameaçada de sofrer interferência pela prefeitura, que pretende fazer ali um terminal de transporte coletivo. Tal fato não deixa de ser novidade, afinal a mexida pela cidade vai conforme o humor dos seus ditos planejadores, afinal de contas Curitiba não é uma experiência de planejamento urbano, desde a década de 1970?
Para o leitor da Nostalgia fica reservado, neste espaço, uma pequena resenha histórica daquele ambiente nos últimos 75 anos. Naquele descampado, em 1939, foi aberto o início da Avenida República Argentina, para fazer ligação com a Avenida 7 de Setembro e a Avenida Iguaçu, durante décadas ficou apenas como um caminho lamacento. O local chegou a ser batizado como Praça D. Luiz de Souza na década de 1940. Em 1949 a praça foi doada ao Britânia Sport Club para ali construir sua sede e o estádio de futebol, aquela sociedade futebolística chegou a festejar a posse do ambiente assim como construir um portal para o futuro campo esportivo. Coisa que felizmente não ocorreu, o Britânia recebeu outro terreno para o seu estádio.
O espaço ficou abandonado por mais de uma década, tendo a Companhia de Água e Esgoto aberto um enorme buraco no ponto mais alto do terreno para ali construir uma caixa dágua que serviria a adutora do bairro do Portão. Tal caixa nunca foi construída e o formidável buraco encheu-se das águas das chuvas tornando-se um lugar perigoso onde a piazada ia nadar, além do que a vizinhança jogava todo tipo de lixo na cratera.
Em 1962 a prefeitura morosamente começou a construção da Praça do Japão que demorou um enorme espaço de tempo para ser terminada. Para satisfazer a curiosidade de como era aquele espaço mostramos uma seqüência fotográfica feita através do tempo.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião