Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Nostalgia

Réquiem ao Passeio Público

Aos domingos bandas promoviam retretas no Coreto Mourisco no centro do Passeio Público. Foto de 1915 de Annibal Requião |
Aos domingos bandas promoviam retretas no Coreto Mourisco no centro do Passeio Público. Foto de 1915 de Annibal Requião (Foto: )
Ponte sobre o Rio Belém, cujas aguas serviam aos lagos existentes no Passeio Público. Foto feita em 1900 por Adolph Volk |

1 de 7

Ponte sobre o Rio Belém, cujas aguas serviam aos lagos existentes no Passeio Público. Foto feita em 1900 por Adolph Volk

O Passeio era circundado por um canal protetor, na imagem o temos ao lado da atual Rua Carlos Cavalcanti. Foto feita em 1905 por Carlos Hauer |

2 de 7

O Passeio era circundado por um canal protetor, na imagem o temos ao lado da atual Rua Carlos Cavalcanti. Foto feita em 1905 por Carlos Hauer

O lago com suas águas plácidas circundava a Ilha da Ilusão, onde os intelectuais curitibanos proviam suas reuniões e banquetes. Foto de 1912 de Annibal Requião |

3 de 7

O lago com suas águas plácidas circundava a Ilha da Ilusão, onde os intelectuais curitibanos proviam suas reuniões e banquetes. Foto de 1912 de Annibal Requião

A gaiola dos macacos onde as pessoas iam vê-los e por eles serem vistas, fotografada em 1946 por Domingos Foggiatto |

4 de 7

A gaiola dos macacos onde as pessoas iam vê-los e por eles serem vistas, fotografada em 1946 por Domingos Foggiatto

Domingo no parque infantil com frequência plena. Ao fundo o restaurante do Passeio. Foto feita em 1948 por Domingos Foggiatto |

5 de 7

Domingo no parque infantil com frequência plena. Ao fundo o restaurante do Passeio. Foto feita em 1948 por Domingos Foggiatto

A nova estação de pedalinhos também serviu para abrigar, à noite, a Boate Tropical. Foto de Cid Destefani, feita em 1960 |

6 de 7

A nova estação de pedalinhos também serviu para abrigar, à noite, a Boate Tropical. Foto de Cid Destefani, feita em 1960

Curitiba em 1883, em primeiro plano a chácara de Nhá Laura Borges, ao fundo o banhado que três anos depois se tornaria o Passeio Público. Foto de Adolph Volk |

7 de 7

Curitiba em 1883, em primeiro plano a chácara de Nhá Laura Borges, ao fundo o banhado que três anos depois se tornaria o Passeio Público. Foto de Adolph Volk

Quem conheceu o Passeio Público em outras infâncias jamais o esquece. O nostálgico resolve fazer uma visita para matar a saudade e acaba matando doces lembranças. Não precisamos ir muito longe, um pulo até a década de 1970, quando o Lerner era prefeito, o ambiente regurgitava povo por todos os cantos, principalmente aos sábados que tinham suas manhãs alegradas por uma divertida e sadia juventude. O Bar Lá no Pasquale ficava literalmente entupido, o Passeio Público vivia seus melhores dias.

Aos poucos, com o correr dos anos, a frequência foi esmaecendo quem segurava o movimento ainda era o mini zoológico e a simpatia do saudoso João de Pasquale. Os prefeitos pósteros aos anos de Lerner, pouco frequentaram e até mesmo não apareceram por lá. Por ocasião do centenário daquele parque, em maio de 1886, a Câmara Municipal promoveu uma exposição de fotos históricas do local. O então prefeito Requião agenciou a plantação, de afogadilho, de uma muda de carvalho, ao lado do plantado em 1886 pelo presidente Taunay, ressalve-se que tal arvore já estava com os dias contados pelos maus tratos sofridos.

O carvalho do prefeito Requião teve o plantio registrado por uma lapidar placa de bronze, onde consta o nome do governador José Richa como presente ao ato. Richa não apareceu e nem tomou conhecimento da tal solenidade. A placa está lá confirmando mais uma mentira histórica. Foi também elaborado um álbum comemorativo publicado em parceria entre a prefeitura e o governo do estado. Apenas quinhentos exemplares, sendo que parte deles foi parar como brinde em Moscou, em visita feita pelo então governador João Elísio Ferraz de Campos. Outro tanto a prefeitura distribuiu como brinde, tendo alguns ido parar na Líbia, nas mãos de Muamar Kadafi, então admirado pelo nosso prefeito. Credo!

Hoje não se encontram mais exemplares do Álbum do Centenário do Passeio aqui por Curitiba, onde deveriam ter sido distribuídos. A ideia de sua confecção foi do publicitário Jamil Snege, de saudosa memoria. O amigo Turco usou, para a impressão do mesmo, fotos históricas do acervo deste escriba, e em homenagem a lembrança do velho companheiro vai aqui o seu texto para a abertura da coleção fotográfica:

"Eram os adultos que nos iniciavam no culto mágico do Passeio. Eram eles que nos sequestravam nas alvas manhãs de domingo para uma aventura inesquecível. A onça, o tamanduá, a misteriosa ilha dos macacos. Municiados com amendoins e pipocas, enfrentávamos todos os perigos. No álbum de fotografias da família colecionávamos nossos espantos e nossas gerações: vovô mocinho com papai menino, a mana esparramada nos braços da tia Zelita, papai grandão equilibrando o neto mais novo. Indiferente à roda do tempo, o Passeio Público foi ficando. Completou cem anos. Sua história: uma mesma foto, na qual mudam apenas as pessoas.

Este álbum é um pouco dessa história, que é também um pouco da história da fotografia entre nós. Fotos de pioneiros, principalmente. Um pouco do arquivo de Cid Destefani – o mais bem colecionado acervo do Paraná". Jamil partiu desta vida há um largo tempo, é o cara que está fazendo falta em nosso meio cultural. Descansa em paz, velho companheiro!

Para os leitores da Nostalgia separamos algumas fotografias usadas na confecção do Álbum do Centenário do Passeio Público, com o devido crédito aos pioneiros autores das imagens.

Dê sua opiniãoO que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.