A contraproposta de reajuste salarial fechada na noite da última segunda-feira (1º) durante assembleia de motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba se assemelha à proposta já apresentada pelos empresários. Patrões acenaram com a reposição da inflação em todos os ganhos dos trabalhadores. A database da categoria é 1º de fevereiro e os custos com pessoal e encargos sociais correspondem a cerca da metade da planilha de custos do sistema de transporte da capital.
Após bloqueios e atropelamentos, ato contra o aumento da tarifa termina em frente à Prefeitura de Curitiba
Leia a matéria completaMotoristas e cobradores de ônibus veem conquistando aumentos acima da inflação desde 2009. Entre 2012 e 2014, o aumento acima da inflação superou 4 pontos porcentuais (veja reajustes dos últimos sete anos no infográfico abaixo). Dessa vez, porém, a categoria decidiu limitar sua pedida de aumento salarial em 11% ou pelo reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – cujo índice de janeiro será divulgado no próximo dia 15. Nos 11 meses anteriores, ficou em 9,65%. O acumulado de 2015 ficou em 11,28%.
Pela proposta do Sindimoc, o abono que o trabalhador recebe após o retorno das férias ficaria em R$ 388 (R$ 38 de aumento) e o vale-alimentação subiria de R$ 415 para R$ 500.
Já o sindicato patronal havia oferecido a reposição da inflação nos salários, abono e vale-alimentação. A diferença ficaria apenas no vale-alimentação, que iria para algo em torno de R$ 460. Agora, o Setransp afirma que vai avaliar a contraproposta do Sindimoc para decidir se mantém ou não que havia proposto anteriormente.
O Sindimoc havia apresentado uma proposta com aumento real de 2% no último mês de dezembro. Segundo Anderson Teixeira, ela acabou rechaçada pelos empresários naquele mesmo mês. Agora, a categoria acabou optando por uma proposta salarial mais conservadora.
“Essa proposta é reflexo de uma conjunção de fatores, entre elas a questão da inflação, que foi muito maior do que a esperada. Além disso, teve queda do PIB e o desemprego começou a aumentar após mais de dez anos de crescimento”, disse Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Supervisor técnico do órgão que auxilia o sindicato na elaboração da proposta, Silva também credita a timidez da proposta ao momento delicado do setor. “O transporte vem em crise faz anos e ela chegou às empresas, afetando o estado e a sociedade”.
Mas, a assembleia do Sindimoc não foi apenas flores para as empresas. A categoria acabou aprovando um novo indicativo de greve para o próximo sábado (6) caso os pagamentos não caiam na conta dos trabalhadores até o próximo dia 5. No mês passado, houve três dias de greve parcial em função de atrasos nos salários. As empresas justificam os atrasos dizendo que estão recebendo menos do que deveriam da prefeitura.
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