No discurso na sessão de abertura do ano legislativo na Câmara Municipal, o prefeito Rafael Greca (PMN) anunciou qual será o primeiro projeto de lei que enviará à Casa. Contrariando a expectativa geral – que esperava um pacote de ajuste fiscal logo no início do ano – o prefeito disse que vai pedir ao Legislativo para liberar a compra de feijão nos Armazéns da Família para os cidadãos que não estejam cadastrados no programa. Ou seja, de acordo com o projeto, qualquer curitibano poderia comprar esse produto especificamente, já que para os demais há critérios de renda para fazer compras nos armazéns.
“Minha primeira mensagem para a Câmara vai ser inusitada. Podem pensar que é um prefeito gordo, que é guloso, mas eu vou pedir para salvar 400 toneladas de feijão que estão nos Armazéns da Família e que não conseguirão ser comercializadas no tempo da vida útil do feijão”, disse.
Na verdade, de acordo com o secretário de Abastecimento e Agricultura, Luiz Gusi, o estoque de feijão nos Armazéns da Família e no centro de distribuição é de 215 toneladas. A quantidade poderia ser ainda maior e superaria o número dito por Greca se a secretaria não suspendesse a entrega de outras 277 toneladas que foram compradas pela prefeitura nos últimos dias de dezembro.
Segundo o secretário, a quantidade de feijão preto em estoque deve levar três meses e meio para ser vendida no ritmo normal e a variedade carioquinha, cinco meses; tempo que faria com que o produto perdesse qualidade.
Um dos motivos que fez com que essa grande quantidade de feijão ficasse estocada nos Armazéns da prefeitura foi o alto preço cobrado pelo produto no início do ano. Como o feijão foi comprado em um período de alta nos preços, a prefeitura pagou cerca de R$ 8 no quilo e estava revendendo a um valor próximo ao de compra no mês de janeiro.
Entretanto, com a redução do preço no varejo comum, a secretaria foi obrigada a baixar o preço das duas variedades para torná-las competitivas. A secretaria constatou que alguns supermercados estavam vendendo o quilo de feijão carioquinha a R$ 4,59, enquanto nos Armazéns da Família o mesmo produto, da mesma marca, custava R$ 7,85. “Com isso, não estávamos girando o nosso estoque”, conta Gusi.
Apesar de o produto ser perecível, não há data definida para que o curitibano possa comprar o feijão – no caso de o projeto ser aprovado. O tempo da tramitação dependerá dos vereadores e a proposta precisa seguir os ritos do Legislativo.
Preço
Enquanto atualmente o feijão carioquinha está sendo vendido, em média, a R$ 5 o quilo nos supermercados da capital, o produto pode ser encontrado a partir de R$2,99 no Armazém da Família. Já o feijão preto, que custa cerca de R$ 6,50 nos mercados – com variações para mais ou para menos – pode ser encontrado por R$ 3,99 no Armazém.
O programa Armazém da Família é formado por 33 unidades que vendem gêneros alimentícios e produtos de higiene e limpeza com um preço em média 30% mais barato que no varejo comum. Apenas moradores de Curitiba, com renda familiar de até três salários mínimos e meio e com cartão de acesso podem comprar nos locais. Atualmente, o programa atende cerca de 120 mil famílias, de acordo com informações da prefeitura.
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