Entrevista
Raphael Marchiori, especial para a Gazeta do Povo
Eduardo Guerini, cientista político, professor do programa de mestrado em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), trata da violência em SC em entrevista à Gazeta do Povo.
"A violência contra sentenciados é generalizada no estado"
Linha do Tempo - Atentados em SC
Quinta noite de ataques Domingo (3)
Na noite de anteontem (3), foram registrados dois ataques em Joinville, dois em Chapecó, e outro em São Francisco do Sul. Nesses atentados, bases da Polícia Militar foram de tiros e objetos arremessados por motociclistas, um ônibus teve a janela quebrada e outros dois incêndios criminosos foram registrados. Em Araquiri, uma sala da subprefeitura, onde também funciona uma base da PM, foi incendiada.
Quarta noite de ataques - Sábado (2)
No sábado (2), a casa de um policial civil em Criciúma foi alvo de três coquetéis molotovs e o incêndio foi contido por populares. Já no acesso à Maracajá, duas carretas foram incendiadas. Quatro ônibus também ficaram em chamas em São Francisco, Pomerodes, Criciúma e Joinville todos sem vítimas. Além disso, durante a madrugada, o prédio da prefeitura de Itajaí já havia sido alvo de tiros. Um carro que havia sido furtado em Comburiu também foi incendiado.
Terceira noite de ataques - Sexta-feira (1º)
Na ocasião, cinco ônibus foram incendiados em três municípios diferentes e com poucos minutos de intervalo entre uma ocorrência e outra. Naquele dia, bases da PM em Canasvieiras e Praia Brava também foram alvos de incêndios criminosos. Nenhuma das ocorrências teve vítimas.
Segunda noite de ataques - Quintaa-feira (31)
Outros cinco ônibus foram incendiados na última quinta-feira dessa vez com registro de vítimas. No norte da Ilha de Santa Catarina, um rapaz de 19 anos, cobrador de ônibus, foi internado em estado grave após ser agredido pelos incendiários do ônibus onde trabalhava. No mesmo dia, a delegacia de Camboriú foi alvo de explosivo caseiro feito com cano de PVC. Além disso, uma viatura da Coordenadoria de Trânsito foi incendiado de madrugada, quando estava estacionado no pátio da Secretaria Municipal de Segurança de Itajaí.
A primeira noite de ataques de 2013 - Quarta-feira (30)
A retomada da escalada de violência em Santa Catarina ocorreu por volta das 22h de quarta-feira (30), em Balneário Camboriú, onde um ônibus da empresa Expressul foi incendiado após dois homens armados, que usavam máscaras do filme Pânico, renderem o motorista. Na ocasião, um suspeito foi baleado e o outro preso. No mesmo dia, outros dois ônibus foram incendiados em Gaspar.
Após nova série de atentados, em 18 cidades de Santa Catarina, o governador Raimundo Colombo anunciou na segunda-feira (4) que pedirá ajuda federal para combater a criminalidade no estado. Colombo conversou com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
O governador vai a Brasília na quarta-feira (6) discutir medidas para aumentar a integração com a União. A prioridade para o estado é a transferência de presos para unidades federais de segurança máxima.
Da mesma forma que em novembro de 2012, os bandidos colocam fogo em ônibus e atacam carros e bases da polícia. A onda de violência já resultou em um morto, um ferido e 24 presos. Em novembro do ano passado, foram registradas 68 ocorrências. O governador admitiu que há uma crise de segurança.
"Há crise que precisa ser enfrentada e resolvida. Não há, nunca houve e não haverá qualquer tipo de arrogância ou pretensão de que nós não precisamos (do governo federal)", disse Colombo.
O governador negou que os ataques sejam motivados por um vídeo, divulgado no último sábado, onde agentes penitenciários - já afastados de suas funções - aparecem agredindo detentos no presídio de Joinville com spray de pimenta e balas de borracha. Segundo Colombo, as ações, na verdade, seriam resposta à política de segurança.
Na semana passada, o secretário estadual da Segurança Pública, Cesar Grubba, admitiu que a ordem dos ataques vem dos presídios. Ontem, a secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, reafirmou que facções criminosas atuam em Santa Catarina.
O comando da Polícia Militar afirmou ontem que tinha informações de possíveis novos ataques, e que aumentou a segurança em razão desses dados.
Ataques
Cinquenta e quatro atentados foram registrados em Santa Catarina nos últimos seis dias. De acordo com o jornal Diário Catarinense, 18 municípios foram afetados pela onda de violência.
Os últimos incidentes ocorreram na madrugada desta terça-feira (5). Seis veículos foram incendiados: três ônibus em Ilhota, um Fusca em Itajaí, um caminhão em Itajaí e outro ônibus em Chapecó.
Greve
Em Florianópolis, os ataques a ônibus cessaram nas últimas horas ao mesmo tempo em que a cidade passa por uma greve do transporte coletivo.
Causas
A motivação dos atentados ainda não esclarecida pela polícia, mas especula-se que os casos tenham como estopim um vídeo, gravado no último dia 18 no pátio do Presídio Regional de Joinville, no qual dezenas de presos, nus e rendidos, são alvos de balas de borracha e bombas de efeito moral disparados por agentes do Departamento de Administração Prisional (Deap).
Em nota, Ada Faraco de Luca, secretária de Estado da Justiça e Cidadania, disse estar chocada com as imagens do vídeo divulgado no último sábado pela imprensa catarinense. No texto, o governo informa que os agentes identificados foram afastados de suas funções até que o caso seja apurado.
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