Após 140 dias de paralisação, os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retomaram as atividades com o quadro integral de profissionais nesta segunda-feira (25). Durante o período de greve, a mais longa da categoria, somente 30% da demanda de perícias foram atendidas. Esse fator causou a remarcação de aproximadamente 2,1 milhões de perícias, segundo a Associação Nacional do Médicos Peritos (ANMP). Já o INSS estima que 1,3 milhão de perícias não tenham sido realizadas.
Segundo a ANMP, o atendimento deve ser normalizado em até três meses caso o atendimento seja mantido em 100%. Essa instabilidade se deve ao fato da categoria permanecer em estado de greve, situação que sinaliza uma possível paralisação futura.
O estado de greve foi aprovado em uma assembleia realizada em Brasília em 16 de janeiro, quando os peritos se comprometeram em retornar as atividades como estratégia de abrir espaço de diálogo com o governo. “Após uma assembleia que durou seis horas, a categoria entendeu que diante da insensibilidade do governo, a melhor alternativa é o retorno das atividades para não prejudicar ainda mais o cidadão”, afirmou o diretor sindical da ANMP Luiz Carlos Argolo.
Em nota, a ANMP informou que os peritos devem priorizar o atendimento essencial, “aquele relacionado aos cidadãos que ainda não se submeteram à perícia médica inicial”. De acordo com o informativo divulgado pelo INSS, “a regra de priorização do atendimento é definida pelo próprio Instituto e está estabelecida nos seus normativos”.
Impasse
A greve dos médicos peritos teve início em 04 de setembro de 2015. Neste período, foram realizadas somente duas reuniões com o governo na tentativa de avançar as negociações com a categoria. Em nota, o INSS informou que o principal ponto de discordância entre os médicos peritos e o governo é a reivindicação da redução de jornada de trabalho, de 40 horas para 30 horas semanais, sem a diminuição correspondente do salário.
Os peritos também defendem a reposição de perdas salariais (aumento em 27% parcelado em duas vezes), o fim da terceirização da perícia médica e a recomposição do quadro de funcionários. Segundo o INSS, atualmente o quadro de peritos é composto por 4.330 profissionais.
Colaborou: Larissa Mayra
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