O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou o início de operações do segundo módulo de membranas ultrafiltrantes na estação de tratamento Alto da Boa Vista, na zona sul de São Paulo.
O moderno sistema de tratamento foi comprado de uma fornecedora alemã e dispensou a concorrência de empresas durante seu processo licitatório, o que em tese encarece a compra.
O sistema custou R$ 41 milhões e irá tratar mil litros de água da represa Guarapiranga (que está com 78% de sua capacidade). Ele é composto por uma série de milhares de pequenos tubos com pequenos poros em sua parede e por onde a água é ‘sugada’.
O processo de ultrafiltração dispensa produtos químicos e constantes análises de técnicos nas estações de tratamento, como ocorre nos atuais tratamentos de água em São Paulo. O sistema é muito usado em países do Oriente Médio, Estados Unidos e Cingapura.
Sem concorrência
A obra anunciada na última segunda-feira (8) é a terceira compra da Sabesp de membranas ultrafiltrantes e a segunda em que não ocorreu disputa de concorrentes em seu processo licitatório.
A primeira vez que a Sabesp comprou o sistema de tratamento de água, em julho de 2014, foi para instalá-lo no Rio Grande, que abastece o ABC. O objetivo era tratar 500 litros de água por segundo. Para adquirir o sistema rapidamente, em plena crise hídrica, a Sabesp usou o regime de urgência, previsto em lei, e que dispensa a concorrência entre empresas do mercado. Assim, pagou pelas membranas R$ 26 milhões.
O Tribunal de Contas do Estado, então, questionou a adoção do regime de urgência já que seria possível prever que o sistema de abastecimento da Grande São Paulo estava há anos sob risco de colapso no caso de uma seca severa. O caso ainda está sendo analisado pelo tribunal.
A segunda instalação de membranas ultrafiltrantes ocorreu na estação de tratamento da represa Guarapiranga, em outubro de 2014, depois de mais de um ano de processo licitatório (com disputa entre concorrentes). O contrato saiu por R$ 51 milhões e, além da instalação de um sistema para tratar mil litros por segundo, o fornecedor teve que preparar uma estrutura para receber a instalação de mais membranas no futuro.
Foram essas estruturas na Guarapiranga que receberam, a partir de segunda (8), um sistema que irá tratar mais mil litros de água por segundo. Nesta aquisição, ao custo de R$ 41 não houve concorrência no mercado.
Questionado, o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, disse que a decisão foi tomada já que a metrópole está em crise hídrica e um processo licitatório com concorrência seria mais lento.
O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, e o secretário dos recursos hídricos, Benedito Braga, disse que em obras futuras será usado o recurso das concorrências. A Sabesp e o governo do Estado já estudam a compra de mais membranas do tipo.
Cantareira
Com a nova obra, a Sabesp espera fornecer água para mais bairros de São Paulo e assim, diminuir mais uma vez a área de abastecimento do sistema Cantareira, o maior da Grande São Paulo e que vive há mais de um ano sua pior crise de abastecimento.
Antes da crise, o Cantareira abastecia 8,8 milhões de pessoas. Com uma série de obras, a Sabesp foi levando água de outros reservatórios até bairros tradicionalmente atendidos pelo Cantareira. Com a nova obra, o Cantareira poderá abastecer apenas 5 milhões de pessoas.
Essa população é a que vive em bairros onde se torna mais difícil levar água de outros reservatórios, a maioria deles na zona norte de São Paulo. Há meses, a Sabesp esperava chegar a esse nível de cobertura do Cantareira, pois acredita que poderá assim manter uma captação de água menor no sistema. Assim, a empresa espera equalizar o volume de água que sai do Cantareira para abastecer a Grande São Paulo e a região de Campinas com o volume de água que deve entrar nas represas neste período seco que deve durar até outubro.
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