A chuva deu uma trégua nesta quarta (13), mas Londrina ainda sofre com os efeitos causados pela tempestade que caiu no início desta semana. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, somente na última segunda-feira (11), choveu 274 milímetros (mm) no município, quantidade que supera a média histórica de todo o mês de janeiro, que é de 218 mm. O grande volume de água provocou alagamentos e muita destruição em várias partes da cidade.
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Na tarde de terça-feira (12), o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) decretou situação de emergência. Um grupo formado por membros da prefeitura, Defesa Civil, Sanepar e Copel elaboraram um cronograma para enfrentar a crise. Serão priorizadas as situações onde há risco de vida.
Abastecimento de água comprometido e coleta de lixo afetada
Vários bairros de Londrina amanheceram sem água nesta quarta-feira. Segundo o gerente geral da Sanepar, Sérgio Bahls, a produção está em apenas 30% de sua capacidade, podendo afetar cerca de 400 mil pessoas em Londrina e Cambé. “A água do Rio Tibagi [ um dos rios que abastecem as duas cidades] está muito barrenta. Isso impossibilita tratar toda a água que chega na estação”, explicou.
A Sanepar também está trabalhando na recuperação de uma adutora que ruiu próximo à Estrada do Limoeiro. Além disso, a companhia também precisou de um helicóptero do Graer para deslocar uma equipe até uma unidade de captação, que está isolada próximo ao Ribeirão Três Bocas. “Essa é a situação mais grave que a Sanepar já enfrentou no norte do Paraná em todos os tempos”, ressaltou Bahls.
Em Londrina e na região metropolitana, a expectativa é de que o abastecimento comece a ser normalizado dentro de 48 horas. Enquanto isso, a prioridade será abastecer clínicas e hospitais. A orientação é para que os moradores usem a água de forma racional, restringindo o consumo para alimentação e higiene.
A forte chuva dos últimos dias também afetou a coleta de lixo domiciliar, que chegou a ser suspensa na cidade. Segundo a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), o trabalho não pode ser realizado por conta do impedimento do acesso à Central de Tratamentos de Resíduos (CTR).
Enquanto o problema não é resolvido, o lixo será levado de forma provisória para o antigo aterro do Limoeiro. A liberação concedida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) é valida por 30 dias. Desta forma, a coleta volta a ser realizada já nesta noite de quarta.
“Foi declarada situação de emergência para que possamos ter mais agilidade e intensidade na nossa reação. Vai exigir uma mobilização de grande monta”, declarou em entrevista coletiva. Ainda de acordo com Kireeff, por enquanto, não é possível medir o prejuízo causado pelas chuvas. “Foi realmente foi muito alto [o impacto], se nós considerarmos a deterioração da pavimentação asfáltica urbana, das pontes que ruíram, das estradas rurais que foram comprometidas de forma grave, equipamentos e prédios públicos que tiveram muitos impactos.”
Boletim divulgado no início da tarde desta quarta pela Defesa Civil mostra que pelo menos 1.795 pessoas foram afetadas diretamente em Londrina. Cinquenta delas estão desalojadas e cinco seguem desabrigadas. Ao todo, 337 casas foram danificadas e três destruídas.
Algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) também sofreram com alagamentos. No entanto, a Secretaria de Saúde informou que não houve problemas estruturais nos imóveis. Somente a UBS do conjunto Jamile Dequech não estava em condições de funcionamento nesta quarta.
Moradores isolados
As quedas de pontes e os deslizamentos de terra deixaram vários moradores isolados, principalmente na área rural, como no distrito de Paiquerê e no patrimônio Guairacá. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Londrina, coronel Rubens Guimarães, não há como dimensionar o número de famílias afetadas. No entanto, ele acredita que a situação deve melhorar ainda nesta quarta, com a liberação de alguns trechos da rodovia PR-445. “Desobstruindo a 445, conseguimos ligar a maioria dos distritos, facilitando os acessos”, explicou Guimarães.
O município também colocou como prioridade: a liberação da estrada que dá acesso ao distrito de Maravilha e a recuperação da ponte na rodovia Mábio Gonçalves Palhano, principal ligação para vários condomínios da zona sul. Segundo a professora aposentada Rosa Tamarozi Milan, só dá para passar a ponte a pé, de bicicleta ou moto. “Para meu marido trabalhar, eu levo ele até a ponte e meu filho pega do outro lado.”
Muitos moradores da área rural também estão enfrentando a falta de energia elétrica. De acordo com o gerente de serviços da Copel na região de Londrina, Aparecido Tomazelli, cerca de 2,5 mil domicílios estavam sem luz em locais com acesso impedido.
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