A afirmação da prefeitura de Curitiba de que “estranha” o fato de as empresas de ônibus terem pago apenas os salários dos funcionários da Região Metropolitana tem uma explicação. As viações que operam na capital não são as mesmas da RMC. E, na maioria dos casos, são grupos empresariais distintos. O sistema de Curitiba começou esta terça-feira (12) com uma greve parcial de motoristas e cobradores. As linhas metropolitanas integradas pouco sentiram o efeito da paralisação.
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Leia a matéria completaGreve parcial de ônibus continua na quarta; Sindimoc diz que irá se esforçar para manter a frota mínima
Leia a matéria completaA Gazeta do Povo cruzou as informações dos sócios e administradores das 11 empresas que operam nos três lotes da capital com as que operam o chamado lote 4 – aquele que reúne as 12 empresas que operam linhas metropolitanas integradas.
Ao todo, três dessas 12 empresas metropolitanas têm sócios ou administradores com sobrenomes comuns aos de empresários que operam em Curitiba. E, em apenas um desses casos, a empresa relacionada de Curitiba deixou de pagar seus funcionários.
A Viação Sul opera na Região Metropolitana e, segundo o Sindimoc, pagou todos os seus funcionários. No seu quadro social, aparecem empresas de participação que também participam da administração da Viação Redentor. Essa última pertence ao lote Transbus e não fez o pagamento integral dos funcionários.
As metropolitanas São Braz e Viação Colombo, empresas administradas respectivamente pelas famílias Bertoldi e Zem, também pagaram seus salários e têm em seus quadros sociais sobrenomes comuns a administradores de empresas que operam em Curitiba (Viação Mercês e Expresso Azul). Mas todas as quatro pagaram seus funcionários no prazo, segundo o Sindimoc.
Em nota encaminhada à Gazeta do Povo na manhã desta terça, a prefeitura disse que “estranha o fato das empresas terem feito o pagamento dos salários dos motoristas e cobradores da Região Metropolitana, e não ter pago os trabalhadores da capital”.
RIT
As contas da Rede Integrada de Transporte passaram a ser separadas desde a desintegração financeira do sistema. Agora, as 11 empresas metropolitanas integradas operam com parâmetros estabelecidos pela Comec. Segundo o órgão estadual, essas viações recebem, R$ 4,30 por passageiro transportado (Em Curitiba, esse valor está em R$ 3,27). A diferença de R$ 1,03 para a tarifa cobrada do usuário metropolitano é coberta por um subsídio do estado no valor de R$ 3,8 milhões mensais. Essa diferença na operação explica o fato de as linhas metropolitanas não terem entrado em greve.
Em Curitiba, o prefeito aproximou a tarifas do usuário e técnico, reduzindo o subsídio. Mas os empresários alegam que o atual valor do sistema urbano está defasado e, com isso, têm atrasado os salários dos trabalhadores.
O que dizem as empresas
O sindicato que representa as empresas de ônibus de Curitiba e região (Setransp) disse que trê spontos colaboraram para que o sistema metropolitano não sofresse atrasos de salários:
1 - O subsídio dado pelo governo estadual, de cerca de R$ 4 milhões mensais;
2 - A racionalização da operação, com enxugamento de algumas linhas e extinção de outrs sobrepostas;
3 - Os próprios aumentos de tarifa promovidos pela Comec em algumas das linhas do sistema metropolitano.
O Setransp preferiu não comentar as ligações de sobrenomes e empresas de participação comuns aos grupos atuantes nos sistemas metropolitano e urbano (Curitiba).
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