Prestes a inaugurar o 1.º hospital oncopediátrico do Paraná, o Erasto Gaertner, de Curitiba, também decidiu ampliar a assistência aos pacientes em tratamento contra o câncer fora da capital. Até o fim do ano, a instituição deverá inaugurar em Irati, na Região Centro-Sul do Paraná, um espaço exclusivo para moradores dos nove municípios que compõem a 4.ª Regional de Saúde do Paraná. Trata-se de um projeto que trabalha com a descentralização dos serviços prestados.
A ideia inicial é que dos 180 pacientes dessa área de atendimento que precisam se deslocar até a capital, de 140 a 160 deles consigam realizar parte de seus tratamentos no novo espaço. As cidades que serão atendidas são Imbituva, Guamiranga, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Inácio Martins, Rebouças, Rio Azul e Mallet, além de Irati.
O superintendente do Hospital Erasto Gaertner, Adriano Rocha Lago, explica que a unidade funcionará, primeiramente, na Associação do Núcleo de Apoio do Portador de Câncer de Irati (Anapci). Depois, a instituição pretende implantar uma estrutura própria, que seja capaz de absorver serviços como quimioterapia, quimioterapia oral e dispensação de medicamentos, avaliações iniciais, cuidados paliativos e consultas de acompanhamento.
“Vamos atender exclusivamente pacientes da quarta regional de Saúde. Olhando nossos atendimentos, percebemos que dessa área vem um número grande de pessoas para tratamento aqui em Curitiba”, afirmou Lago.
As adequações na sede que vai receber a primeira unidade do Hospital Erasto Gaertner fora da capital deve custar em torno de R$ 400 mil. Já a manutenção custará aproximadamente R$ 200 mil por mês.
Desfalque de verba?
Segundo o superintendente, em reuniões anteriores a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) teria apontado a possibilidade subsidiar, em parte, o projeto. A Sesa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que nos próximos meses deve elevar em R$ 200 mil os repasses para o Erasto, embora a verba não seja exclusivamente voltada para a expansão da entidade.
Luis Fernando Zanon de Almeida, diretor administrativo do Consórcio Intermunicipal da Região Centro-Sul do Paraná, descartou a possibilidade de ajuda da entidade ao projeto, mas disse que os municípios estão se preparando individualmente para arcar com custos relativos ao atendimento da unidade.
“O que estamos fazendo é credenciar o Erasto para alguns exames que seriam necessários. Exames de laboratório deles, que não possam ser pagos com recursos do SUS, seriam credenciados pelo consórcio. Mas a ajuda financeira mesmo vai vir dos municípios, que devem começar a discutir projetos de lei para separar as verbas”, comentou o diretor.
Hoje, uma grande quantidade de pacientes que mora nas cidades que serão contempladas pela unidade do Erasto Gaertner em Irati são levados para Ponta Grossa. Como o município nos Campos Gerais não dá conta do alto número de atendimentos, também é preciso deslocar casos para Curitiba.
“Sem dúvida, essa expansão vai ser importante. Em questão de economia, pois o transporte do paciente é caro, e também para o conforto da própria pessoa”, analisa Almeida.
Projeto-piloto
Para o Hospital Erasto Gaertner, a interiorização dos atendimentos oncológicos prestados pela instituição deve ganhar força nos próximos anos e a unidade de Irati éum projeto-piloto. A proposta, segundo Adriano Rocha Lago, é baseada nos moldes de expansão do Hospital de Câncer de Barretos, em São Paulo.
O complexo de Barretos, conta, atualmente, com oito unidades – três na cidade do interior de São Paulo e as demais em Fernandópolis (SP), Jales (SP), Campo Grande (MS), Juazeiro (BA) e Porto Velho (RO).
Em junho, a estrutura de Fernandópolis passou por um mau momento e quase foi fechada por falta de dinheiro, uma vez que operava sem credenciamento.
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