A polêmica cerca anticontrabando, idealizada para dificultar a passagem de mercadorias ilegais na fronteira do Brasil e Paraguai, começou a ser instalada no entorno da aduana da Ponte da Amizade, ligação entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu (no Oeste do Paraná). Com 1.225 metros de extensão, a barreira sustentada por pilares de concreto e revestida de arame cortante visa dificultar o transporte de caixas com cigarros e drogas atiradas constantemente por muambeiros às margens do Rio Paraná para burlar a fiscalização da Receita Federal (RF).
Com quase dois metros de altura, a cerca ainda terá na parte superior arame farpado circular, semelhante aos usados em presídios. Além de contornar a aduana, ou seja, a chamada zona primária destinada à fiscalização, a barreira se estenderá pelas duas laterais da Ponte da Amizade, no lado brasileiro, para impedir o trânsito de contrabandistas na área.
A RF não quis dar declarações sobre a barreira de contenção, mas a reportagem da Gazeta do Povo teve acesso ao local das obras, onde já é possível observar praticamente 40% da cerca instalada. No início do ano, quando a construção da barreira foi anunciada, os paraguaios chegaram a ameaçar retirar o país do Mercosul. Por falta de informações precisas, eles entenderam que seria feito um muro de caráter separatista entre os dois países, fato negado pela RF.