Delegado Rubens Recalcatti é acusado de homicídio triplamente qualificado.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A primeira audiência de instrução do caso que tem como réus o delegado da Polícia Civil Rubens Recalcatti e outras oito pessoas – sendo sete policiais – será a partir das 14 horas desta quarta-feira (8), no Fórum de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Nessa fase do processo, a Justiça decide se os acusados irão ou não a júri popular. A defesa do delegado estima que a decisão final sobre o julgamento deva levar até um ano.

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Recalcatti e sete investigadores da sua equipe respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, crueldade e sem chance de defesa da vítima), abuso de autoridade e fraude processual. Eles são suspeitos de envolvimento na morte de Ricardo Geffer, no dia 28 abril de 2015, em Rio Branco do Sul, região metropolitana de Curitiba.

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Mauro Sidnei do Rosário, que não era ligado à polícia, também foi denunciado no caso. Contudo, o suspeito foi assassinado em maio do ano passado. Ele foi atingido por mais de 30 tiros que partiram de um carro ocupado por seis pessoas.

A tese do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço investigativo do Ministério Público (MP), é de que Geffer foi assassinado por policiais que o acusavam de ser responsável pela morte do ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari, o João da Brascal. Nazzari era primo de Recalcatti.

O Gaeco confirmou que indicou 15 testemunhas de acusação para prestar depoimentos nesta fase. A defesa dos acusados selecionou mais de 50 pessoas para testemunhar contra a tese do MP. Após testemunhas, os réus e as equipes de acusação e defesa também serão ouvidos nesta parte do processo.

“A audiência vai provar que tudo isso foi um confronto entre policiais e bandido e jamais uma execução”, argumenta o advogado Cláudio Dalledone Júnior, que defende Recalcatti e os outros sete policiais.

Assassinatos

Ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari, foi assassinado durante uma partida de futebol em abril de 2015. No mesmo mês, Ricardo Geffer – visto por um grupo de policiais como responsável pela morte de Nazzari – foi executado com oito tiros.

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Em outubro de 2015, Recalcatti foi preso pelo Gaeco durante investigação sobre o assassinato de Geffer. Testemunhas ouvidas pelo grupo disseram que o delegado estava entre os suspeitos que cometeram o crime. Um dos ouvidos chegou a afirmar que o delegado chutou a vítima antes de ela ser morta.