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A licitação para a exploração de espaços comerciais na nova Rodoferroviária de Curitiba tem causado polêmica entre comerciantes que atuam no local há mais de 40 anos.

Cristina Saito, esposa do proprietário da Lanchonete Saito, na Rodoferroviária, disse que eles foram pegos de surpresa. "Caso haja nova licitação, pretendemos participar, mas estamos procurando outros meios para tentar continuar aqui, vamos falar com o prefeito para buscar uma solução alternativa".

A comerciante diz que o marido não participou da seleção anterior, realizada ainda em meados de 1970, e que já comprou o ponto na rodoferroviária de outra pessoa. "O ponto foi licitado há mais de 40 anos e nós estamos aqui há 35. Foi uma surpresa para a gente essa licitação porque já estava tudo certo para a gente voltar para lá [bloco interestadual]". Atualmente, todos os produtos e serviços da Rodoferroviária são comercializados no bloco estadual.

Cristina reclama que a Urbs pediu para que eles fizessem um projeto para uma nova lanchonete, que deveria funcionar quando a reforma da Rodoferroviária ficasse pronta. "Temos o novo croqui da outra loja, iríamos permanecer aqui. Contratamos por nossa conta o arquiteto para fazer o novo projeto".

A forma como os donos de lojas da Rodoferroviária foram tratados é alvo de críticas de Cristina. Ela conta que, durante a reforma, eles foram obrigados a mudar de lugar e não tiveram ressarcimento dessa despesa. "Todo quiosque que a gente montou do lado de fora, saiu tudo por conta da gente. Estamos aqui penando, passando frio, calor, para preservar o nosso espaço".

Outro lado

A Urbs, via assessoria, relatou que todos os comerciantes da Rodoferroviária serão ouvidos antes de a nova licitação ser realizada. O órgão ressalta que convocou o Ministério Público (MP-PR) para acompanhar todo o processo e que os comerciantes que estão hoje no local poderão participar normalmente da concorrência para ter lojas no local.

Sobre o fato de lojistas terem contratado arquitetos para novos projetos, a assessoria da empresa disse que não vai se manifestar, uma vez que essas contratações teriam sido feitas mediante acordos da gestão municipal passada (Luciano Ducci, do PSB). A Urbs ressaltou ainda que a licitação é uma questão legal e terá de ser obedecida, mas que o todo o processo será conduzido com diálogo.

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