Rodrigo (nome fictício) é um funcionário de carreira em banco que perdeu cerca de R$ 700 mil jogando bingo. E mais. Separou-se da mulher. Ela, cansada de vê-lo nos bingos de Curitiba, preferiu acabar com a relação. Ele escolheu vender apartamentos, casas, carros. "É igual à compulsão da cocaína", afirma. Ele frequentou o Jogadores Anônimo e lamenta que a entidade tenha acabado em Curitiba.
Rodrigo sabe muito bem o que o vício pode causar. "Você acaba deixando o compromisso das contas de lado. O compulsivo não consegue parar. "Perdi dois apartamentos, um valeria hoje R$ 200 mil e outro R$ 400 mil, além de uma casa e sobradinho. Você vai vendendo, cobrindo os furos no banco...", relata. Rodrigo hoje não joga, mas os bingos não o deixam com boas lembranças.
Ele conta que os bingos usam um sistema similar ao cassino. Eles não têm janelas, oferecem todo o conforto possível e os jogos são sequenciais, de forma a fazer com que o jogador não perceba o tempo passar e, por consequência, não se dar conta de quanto está perdendo.
Para o psicólogo Tônio Luna, há uma possibilidade de muitos jogadores compulsivos que pararam de apostar nas cartelas dos bingos voltarem caso os estabelecimentos reabram. "Toda compulsão tem a mesma origem. Ela se forma do mesmo jeito. Todo jogo é uma promessa de felicidade", explica.
O especialista conta que o cérebro do viciado não consegue racionalizar que, por exemplo, se guardar o dinheiro usado para comprar cartelas, o benefício poderá ser maior. O tratamento é multiprofissional, conforme Luna. "Há casos em que é necessário também medicação", conta.
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