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Violento confronto com tiros, balas de borracha e bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo | Reprodução da Rede Globo
Violento confronto com tiros, balas de borracha e bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo| Foto: Reprodução da Rede Globo

Confira reportagem da Globo News sobre o seqüestro em Santo André

Pelo menos 24 pessoas ficaram feridas no confronto entre policiais militares e civis na tarde desta quinta-feira, 16. Os feridos foram atendidos nos hospitais Albert Einstein e São Luís, próximos do Palácio dos Bandeirantes. Por volta das 19h30, um novo tumulto começou nas proximidades do palácio. As primeiras informações dão conta que policiais militares teriam iniciado uma provocação aos policiais civis. Dentro do Palácio dos Bandeirantes, o clima era tenso e a segurança estava reforçada. Para chegar ao palácio, era preciso passar por diversas barreiras policiais.

Entre os 13 feridos atendidos no Hospital Albert Einstein está o coronel Danilo Antão Fernandes, um dos negociadores da greve. Além dele, ficaram feridos pelo menos dois repórteres. Segundo o hospital, o quadro de saúde dos pacientes é estável e cinco das vítimas já foi liberada. No Hospital São Luis, cinco policiais civis foram antendidos com ferimentos e tiveram alta em seguida. Outros hospitais da região também receberam feridos do confronto.

Troca de acusações

O governador José Serra está no Palácio dos Bandeirantes, onde dá entrevista a jornalistas. Serra, que pela manhã afirmou que "não negocia com greve", acusou a manifestação dos policiais civis de ter cunho "político-eleitoral". Para o governador, estão tirando "proveito eleitoral" da greve. Serra associou a CUT e a Força Sindical ao PT e ao PDT e disse que deputados participaram da manifestação com interesse eleitoral. "Isso foi claramente articulado, instrumentalizado, com essa perspectiva político-eleitoral", acusou o governador.

Serra justificou a ação da Polícia Militar e disse que eles tentavam dissuadir os manifestantes e "evitar o uso da força". A Polícia Militar usou bombas de gás e atirou contra os manifestantes que tentavam chegar ao Palácio dos Bandeirantes. O presidente do PT em São Paulo, José Américo Dias, disse ao estadao.com.br que o governo de Serra tenta de forma "oportunista" jogar nas "costas do PT um problema que é dele".

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força Sindical, divulgou nota no fim da tarde repudiando o confronto entre a Polícia Militar e Polícia Civil. No comunicado, a Força Sindical destacou que "é intolerável que um governador eleito democraticamente utilize métodos truculentos contra servidores em luta. Demandamos que o governo do Estado retome o caminho da negociação e atenda as justas reivindicações dos policiais civis, pois valorizar a função e a carreira do policial é parte fundamental de uma política de segurança pública democrática e eficiente."

O conflito

Policiais militares e civis entraram em conflito por volta das 16 horas desta quinta. O confronto aconteceu durante o protesto dos civis, que estão em greve desde o dia 16 de setembro. O confronto começou quando a PM barrou a passagem de uma passeata dos policiais civis rumo ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo estadual.

A PM foi chamada ao local para fazer a segurança da área próxima ao Palácio do Governo, que é considerada de segurança. Após o confronto, o governo do Estado enviou comunicado com a resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo que proíbe manifestações perto do palácio.

A nota explica que todos os protestos realizados na região das avenidas Morumbi e Giovani Gronchi e das ruas Combatentes do Gueto, Rugero Fazzano e Padre Lebret, são desviados para outros locais, obrigatoriamente. A zona delimitada como Área de Segurança está decretada através da resolução 141, de 20 de outubro de 1987.

Veja a íntegra da nota:

As vias públicas situadas ao redor do Palácio dos Bandeirantes, sede do Poder Executivo Estadual, são consideradas pela Resolução SSP (Secretaria de Segurança Pública) 141, de 20/10/1987, Área de Segurança. Por esse motivo, todas as manifestações populares programadas para esses locais são obrigatoriamente desviadas para áreas próximas, que não se encontram na zona delimitada pela resolução, que abrange as avenidas Morumbi e Giovani Gronchi e as ruas Combatentes do Gueto, Rugero Fazzano e Padre Lebret.

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