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universidades estaduais

Conselho da UEPG não vai punir professores grevistas

O Conselho de Administração da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nos Campos Gerais, decidiu, em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (4), que não vai adotar nenhuma medida administrativa e restritiva “que possa prejudicar os servidores” da instituição que tenham participado das greves da categoria. A decisão inclui, por exemplo, o desconto no salário dos professores, determinado pelo governo do estado como forma de tentar coibir as paralisações.

Em comunicado divulgado no dia 29 de abril, a reitoria da universidade lamentou os acontecimentos ocorridos no Centro Cívico de Curitiba naquele dia, repudiando o uso de “força desproporcional e totalmente descabida no atual contexto democrático em que vivemos”. Nesta terça-feira (5), professores da UEPG vão novamente à capital participar de uma manifestação; às 18h30 fazem uma assembleia para discutir a continuidade da greve.

Exoneração

O conselho administrativo da UEPG também vai enviar ao governo estadual um ofício pedindo a exoneração do secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Francischini. A entidade informou, em nota, que o pedido se justifica pelos fatos do dia 29 de abril, e afirma que o secretário “não reúne mais condições de permanência no cargo”.

Feridos

Segundo a direção da Seção Sindical dos Docentes da UEPG (Sinduepg), 10 pessoas ligadas à instituição ficaram feridas durante a ação da polícia, mas todos passam bem. O professor do Departamento de História da UEPG Marcos Roberto Kusnick foi atingido por três balas de borracha e estilhaços de bombas na manifestação da quarta-feira. Ele conta que foi derrubado por policiais, que acionaram spray de pimenta em seu rosto quando ainda estava no chão e, ao se recuperar e voltar à linha de frente, foi agredido novamente. “Foi uma reação, brutal, desproporcional. Nos chamou a atenção o aparato da polícia. Senti frustração com a visão do governo, pois eles não são titulares dos cargos públicos, os cargos pertencem ao povo, e foram usurpados contra o clamor popular”, diz.

Repúdio

Nesta segunda-feira (40, a Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp) divulgou uma nota de repúdio aos atos contra servidores estaduais da última quarta-feira (29). “As iniciativas de aquartelar agentes de segurança e de montar um aparato desproporcional de força policial resultaram em cenas inadmissíveis de truculência por aqueles que deveriam justamente proteger a sociedade”, diz trecho da nota.

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