O Corpo de Bombeiros vai constituir nesta terça-feira (20) um conselho disciplinar, com três oficiais, para decidir o futuro do soldado João Rodrigues Almeida, de 36 anos, detido no final da manhã de domingo. Ele foi abordado por policiais militares, na Vila Hípica (zona oeste), e reconhecido por duas mulheres. Uma delas, de 26 anos, afirma que o bombeiro tentou estuprá-la, na Avenida Jóquei Clube (zona oeste), no sábado, às 13h30. A outra mulher, de 24 anos, relata que o soldado a ameaçou com uma arma, tentando forçá-la a entrar em seu carro, nas proximidades do campus da UEL. A arma pertence ao soldado e, por ser bombeiro, ele tem permissão para portá-la.

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Nesta segunda-feira (19), depois de analisar os depoimentos das duas vítimas e do soldado, prestados no domingo à Polícia Civil, o capitão Ezequias de Paula Natal, do Corpo de Bombeiros, afirmou que o conselho disciplinar terá 30 dias para avaliar o caso. Se a conclusão for que o soldado praticou, de fato, as agressões (atentado violento ao pudor e constrangimento ilegal), ele será expulso da corporação. "A possibilidade é grande, ele foi reconhecido de imediato", afirmou o capitão. Durante depoimento à Polícia Civil, Almeida negou as acusações.

Pela manhã ele compareceu, fardado, ao quartel - iria conversar com seus superiores, mas a imprensa não teve acesso.

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O soldado é casado, tem um filho e mora em Cambé. Ele está no Corpo de Bombeiro há 17 anos e trabalha no posto da Infraero, no Aeroporto. Almeida está em licença médica desde 11 de outubro, para tratamento de hepatite B. A licença termina no próximo dia 30, mas o comando da corporação determinou que ele fique fora da escala até que os fatos sejam esclarecidos.

"A dispensa médica é para a recuperação, ele devia estar em casa, e não na rua", disse o capitão Natal. Segundo ele, anos atrás, o soldado ficou afastado devido a uma leucemia e se recuperou. De acordo com o capitão, Almeida nunca foi suspenso e nunca apresentou psicopatologia alguma.

Natal disse ainda que os bombeiros estão consternados. "Nunca houve um caso como esse em Londrina e não admitimos esse tipo de conduta."