O médico Roger Abdelmassih, de 65 anos, preso desde segunda-feira sob a acusação de estuprar 56 mulheres, teve o registro profissional suspenso de forma cautelar por tempo indeterminado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). A medida o impede de praticar a medicina caso venha a ser solto. A decisão de suspender o registro do médico (interdição cautelar) foi unânime entre os conselheiros presentes à sessão plenária realizada no fim da noite de terça-feira (18) no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Com a medida, o especialista em fertilização in vitro está impedido de clinicar por seis meses, a princípio, e terá a carteira de médico apreendida. Outros profissionais podem atender em seu consultório.
A decisão foi comunicada à Justiça Federal, pois o conselho é uma autarquia federal que regula a atividade médica no País. O Estado apurou que o órgão se baseou em resolução de 2006 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que prevê a interdição cautelar em casos em que o profissional esteja prejudicando gravemente a população. Em abril de 2008, porém, o mesmo CFM alterou a resolução e passou a impedir que os conselhos regionais dessem publicidade das interdições à população. Apenas o médico alvo da medida e os demais conselhos regionais são comunicados. A restrição foi usada como justificativa pelo Cremesp para não se manifestar sobre a suspensão.