A Prefeitura do Rio vai afastar de processos de contratação e licitação de obras de estrutura as empresas do grupo Concremat, construtor da ciclovia que desabou na última quinta-feira (21), matando duas pessoas.O decreto foi publicado no “Diário Oficial do Município” desta quarta (27). Ele será válido enquanto durarem os trabalhos de apuração das responsabilidades técnicas pelo desabamento da ciclovia.
O consórcio responsável pela obra é composto por Contemat Engenharia e Geotecnica S/A e Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A, mas as outras empresas do grupo também serão afastadas.
No domingo (24), a Folha de S.Paulo mostrou que as empresas do grupo Concremat são rotineiramente contratadas pela Prefeitura do Rio justamente para evitar tragédias. Em quase metade dos casos, por emergência, sem concorrência.
Do total de 54 contratos assinados com três empresas do grupo (Concremat, Contemat e Concrejato) na gestão Eduardo Paes (PMDB), iniciada em 2009, 24 foram firmados por dispensa de concorrência, em acordos emergenciais. Eles representaram 30% do faturamento da empresa com o município, de R$ 409,3 milhões.
A ciclovia da Niemeyer que desabou foi a única obra executada pela empresa, que não tem tradição como construtora - ela não está entre as 156 maiores do setor.
O grupo Concremat pertence à família do secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Melo, que foi tesoureiro das últimas duas campanhas de Paes. Melo diz que nunca atuou pela empresa.