A Sanepar estima que cada curitibano gaste, em média, cinco metros cúbicos de água por mês. Já um grande consumidor, como indústrias e hospitais, pode consumir o mesmo que centenas e até milhares de indivíduos. E são esses grandes consumidores que mais temem e se preparam para o racionamento. A saída, nesses casos, é ter um grande reservatório ou apelar para caminhões-pipa a fim de garantir que as torneiras não sequem.

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É o que ocorre com a indústria de bebidas Cini, que utiliza 8 mil metros cúbicos de água mensalmente – o suficiente para abastecer cerca de 1,5 mil curitibanos. Além dos reservatórios convencionais, a Cini tem poços subterrâneos que fornecem até 30% da água necessária para a fabricação de suas tradicionais gasosas. Segundo o diretor da empresa, Nilo Cini Júnior, como a questão da falta de água é recorrente, ele está preparado. "Ainda falta a Sanepar definir como será o racionamento, mas já houve anos em que tivemos de comprar água em caminhões-pipa para abastecer a fábrica. É possível que isso volte a ocorrer neste ano", conta Cini Júnior.

O maior consumidor de água da região norte de Curitiba, segundo a Sanepar, é o Park Shopping Barigüi. De acordo com a companhia, mensalmente o empreendimento gasta pelo menos 6 mil metros cúbicos. Mesmo sendo um volume muito grande, o shopping informa que possui reservatório capaz de suprir as necessidades de consumo por cinco dias sem abastecimento. Ainda assim, medidas de economia vêm sendo tomadas, como o desligamento das fontes de água e a suspensão da lavagem das calçadas e áreas externas do shopping.

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Outro grande consumidor de água, o Hospital Nossa Senhora das Graças também confirma estar agindo para a redução do consumo. O resultado está na conta. Em maio, o hospital gastou 8.763 metros cúbicos de água. Em junho, foram 7.863 metros cúbicos. Não há um esquema alternativo em caso de racionamento, entretanto. "Não temos um ‘plano B’ se houver corte, algo que supra de imediato nossa necessidade", diz Zilma Müller, gerente de hotelaria do hospital. Já o Hospital Vita, em vez de depender integralmente das redes da Sanepar, retira de poços artesianos quase toda a água que consome. E não é pouco. Ao mês, dos mais de 4 mil metros cúbicos de água utilizados na unidade do hospital no Bairro Alto, 97% vêm dos poços.