O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), de Curitiba, vai assumir as investigações sobre as duas mortes ocorridas no último domingo (21) durante a reocupação da fazenda experimental Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, na região Oeste do Paraná. A determinação foi dada nesta quinta-feira (25) pelo secretário estadual da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.
O motivo da mudança no comando da investigação, segundo o secretário, é para evitar interferências locais no caso. "Precisamos conter isso e resolver este problema de maneira isenta e rápida", afirmou Delazari à agência estadual de notícias.
Por telefone, o delegado chefe da 15.ª Subdivisão Policial de Cascavel, Amadeu Trevisan, disse desconhecer oficialmente a determinação. "Ainda não estou sabendo. Vamos aguardar então a chegada do Cope para definir a nova forma de trabalho", comentou. Trevisan, que até então conduzia o inquérito, informou ainda que "não existe interferência nenhuma e que não se sente pressionado a frente do caso". Questionado sobre a determinação do secretário, disse apenas que "qualquer apoio (neste caso do Cope) é sempre bem-vindo".
Além do Cope, Delazari ainda determinou ao Instituto Médico Legal (IML) e também ao Instituto de Criminalística (IC) que auxiliem nas investigações. O secretário também pediu a colaboração da Promotoria de Investigação Criminal (PIC) de Cascavel para que acompanhe todo o inquérito.
O caso sobre a invasão na Syngenta chegou nesta quinta-feira ao ministro da Justiça Tarso Genro. Os deputados federais Adão Pretto (PT-RS) e Dr Rosinha (PT-PR) e o senador Sibá Machado (PT-AC) estiveram com o ministro para denunciar a formação de milícias privadas no estado do Paraná, que estariam atuando contra movimentos dos sem-terra.
Genro solicitou o relatório da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que relata os casos de milícias privadas no Paraná, e pediu a formulação de uma denúncia oficial para que o ministério tome as providências cabíveis.
Investigação
O Cope assume as investigações depois de ouvidas mais de 30 pessoas - entre sem-terra e seguranças. Além da prisão dos sete seguranças envolvidos no tiroteio, Trevisan já indiciou o dono da empresa NF Segurança, Nerci de Freitas, por homicídio, formação de quadrilha e por exercício arbitrário das próprias razões.
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