O corpo do jovem Edilson Silva dos Santos, de 27 anos, foi enterrado na manhã deste sábado (26), em uma cerimônia simples, sem padre nem capela, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio. As leituras bíblicas foram feitas pelos próprios moradores do Morro do Pavão-Pavãozinho, onde ele morreu baleado na cabeça, na última terça-feira (22), durante protesto contra a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva, o DG, ocorrida na madrugada do mesmo dia. Amigos fizeram uma coleta de dinheiro pelas redes sociais para pagar os custos do enterro. A cerimônia foi acompanhada por 21 pessoas.
A auxiliar de serviços gerais Simone Hilário de Souza, mãe adotiva de Edilson, que na comunidade era conhecido como Mateuzinho, lembrou quando acolheu Edilson. "Eu não sei de onde ele veio. Apareceu na nossa comunidade, dormindo dentro de uma Kombi. Aí eu via ele sempre triste e comecei a dar comida e atenção. Era um menino muito bom e amoroso com todos. A minha casa era pequena, mas eu abracei ele como um filho", contou Simone, que tem sete filhos.
Como no início não sabiam o nome do jovem, que tinha problemas mentais e chegou a ficar seis anos internado em um manicômio judiciário pelo roubo de um pedaço de alumínio, a auxiliar de serviços gerais passou a chamar-lhe de Mateus, nome como ficou mais conhecido na comunidade.
Ela foi convocada a prestar depoimento na Polícia Civil na próxima quarta-feira (30), para tentar esclarecer as circunstâncias da morte, que ocorreu por volta das 18h, na parte baixa da Ladeira Saint Roman, durante protesto de moradores.
O enterro terminou com uma oração, seguida por uma salva de palmas.
No último dia 24, foi enterrado o corpo do dançarino Douglas Rafael da Silva, no mesmo cemitério. Na ocasião, os presentes cobraram justiça pela morte do rapaz.
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