São Paulo A CPI do Apagão Aéreo na Câmara espera concluir no fim de agosto as investigações sobre o acidente com o Airbus-A320 da TAM, no Aeroporto de Congonhas (SP). O presidente em exercício da comissão, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na última sexta que os brasileiros aguardam respostas concretas sobre as causas que teriam provocado a tragédia. "Vamos nos empenhar para tentar descobrir a real motivação do acidente. Nosso objetivo é dar uma resposta urgente e precisa à sociedade", afirmou.
Cunha disse ser prematuro apontar as causas do acidente, mas acredita que o choque da aeronave com um prédio da TAM Express não foi provocado por apenas uma falha. "Inicialmente, é possível dizer que as causas envolvem um conjunto de fatores: falha mecânica, talvez falha humana e aspectos psicológicos", disse.
Esta semana, a comissão vai ouvir o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o coronel Fernando Camargo, que acompanhou a transcrição dos diálogos das caixas-pretas do Airbus nos Estados Unidos. A comissão também vai ouvir os depoimentos de quatro controladores de vôo que trabalhavam no Aeroporto de Congonhas no momento do acidente.
Quebra de sigilo
Cunha também quer discutir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do consultor Mário Sampaio que prestou depoimento na sexta à CPI. Sampaio foi convocado porque foi apontado por integrantes da comissão como suposto representante da Airbus no Brasil.
Em seu depoimento, no entanto, ele disse que nunca representou a empresa no país. "Não sou piloto nem engenheiro. Sou apenas assessor de imprensa da Airbus", afirmou no depoimento. O presidente da CPI, no entanto, disse que o consultor se esquivou de apresentar o contrato dele com a Airbus .
No Senado, a CPI do Apagão também vai dedicar os trabalhos nos próximos dias para apurar as causas do acidente da TAM. O ministro Nelson Jobim (Defesa) será ouvido pelos senadores na quarta-feira. Eles esperam conseguir explicações do ministro sobre as investigações do governo federal.