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Negócio miserável

Crack para comprar criança

Três pedras de crack foi quanto Melissa, de 16 anos, pagou por um recém-nascido em Curitiba. Foi num sábado, 22 de outubro de 2005, que ela apareceu no barraco da mãe, numa favela do bairro São Braz, com o bebê no colo. A "compra" ocorreu no dia anterior na favela do Parolin, uma das três situadas no anel central da capital. A denúncia chegaria três dias depois ao Conselho Tutelar, mas, a despeito de o nascimento ter registro em cartório, com o nome da mãe, ela nunca seria encontrada. A criança, enviada para um abrigo da cidade, desde então aguarda adoção.

Comprar uma criança por três pedras de crack pareceu uma pechincha para a adolescente que vinha de um longo histórico de desajuste familiar. Aos 16 anos, era a mais velha de seis irmãos quando a mãe os abandonou, no dia 17 de dezembro de 2004, para reaparecer cinco meses depois, já no final da sétima gestação. Com o pai na prisão, condenado a 20 anos por latrocínio, às vésperas do Natal, Melissa e os irmãos, à época com 15, 12, 10, 9 e 2 anos, foram dispersos em diferentes abrigos. No regresso, a mãe disse que fugiu porque não dava conta de sustentar tanta gente.

Na última fuga do abrigo, Melissa foi parar na favela do Parolin, junto de uma colega que conheceu nos tempos de internamento. Na favela, passou a conviver com traficantes e se tornou consumidora e distribuidora de drogas. Ali conheceu a mãe do bebê que compraria a troco de três pedras de crack sete dias depois de nascido.

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