| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Curitiba registrou aumento no número de casos de sífilis em gestantes nos últimos anos. Os dados foram divulgados pela Prefeitura de Curitiba na última terça-feira (8). De 2009 para 2015, o crescimento foi de aproximadamente 567%.

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No primeiro ano, foram registrados 46 casos em mulheres grávidas, sendo que 37 bebês foram infectados, enquanto em 2010 os números deram conta de que foram 76 gestantes e 55 crianças. Um salto ocorreu em 2011, quando os casos subiram para 166 grávidas e 85 recém-nascidos. Em 2012, a sífilis atingiu 177 futuras mães, com a transmissão para 89 bebês, e em 2013 foram 242 gestantes e 95 bebês diagnosticados com a doença. No ano passado, o número pulou para 323 grávidas e 131 bebês infectados. Já o registro de 2015, até a primeira semana de dezembro, aponta 307 casos em gestantes e 131 transmissões para bebês.

De acordo com o ginecologista e obstetra e coordenador do programa Mãe Curitibana, Wagner Barbosa Dias, o aumento no número de casos de sífilis em mulheres grávidas é um reflexo da despreocupação de homens e mulheres com as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Segundo ele, isso ocorre devido à baixa letalidade e fácil tratamento do vírus HIV, fazendo com que a AIDS seja vista como uma doença crônica. “O que se percebe é um ‘relaxamento’ em relação aos métodos de barreira, que são as camisinhas masculina e feminina”, aponta.

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Riscos

As gestantes diagnosticadas com sífilis e que não se submetem ao tratamento adequado estão, além do fato de o bebê poder nascer com sífilis congênita (aquela processada por via transplacentária), o abortamento espontâneo e a má formação do feto, que pode nascer com microcefalia, alteração dos ossos e da visão.

Prevenção e tratamento

Segundo Dias, o principal ponto para contornar a epidemia de sífilis é o sexo seguro. O médico lembra que preservativos são distribuídos gratuitamente e sem a necessidade de consulta médica nas 109 unidades de saúde da capital paranaense.

Se esse primeiro cuidado não foi tomado, é de extrema importância que a mulher faça a testagem da doença. Se o resultado for positivo, o tratamento é realizado de pronto e é gratuito nas unidades de saúde de Curitiba. Feito com penicilina, ele tem a duração de três semanas.

O médico ressalta, porém, que o Ministério da Saúde só considera a síndrome tratada caso o parceiro (ou os parceiros) da mulher infectada também realize o procedimento, uma vez que se ele permanecer doente, ela será infectada novamente.

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Colaborou: Mariana Balan