A região central de Curitiba, onde o professor de vale-tudo Osmar Dias Fernandes foi assassinado, na madrugada desta terça-feira (11), em Curitiba, é considerada a mais crítica em termos de crimes contra motoristas na capital, conforme reconhece a Polícia Civil. Um dia antes de Fernandes ser morto por bandidos, que desejavam roubar o carro da vítima, um casal sofreu uma situação parecida a menos de três quilômetros de distância, mas não reagiu e só teve perdas materiais.

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Na noite do domingo passado (9), um casal, que prefere não ter o nome divulgado, voltava de uma videolocadora quando dois motociclistas armados os renderam. Foram forçados a sair do carro e a mulher entregou uma bolsa. Os documentos foram encontrados na manhã de segunda-feira (10) em um terreno baldio no bairro Sítio Cercado. O carro do casal, uma Montana, ainda não foi recuperado. "A dona da locadora me contou que é o terceiro roubo, em menos de um mês, que ela vê diante do local de trabalho dela", conta a mulher vítima do roubo.

Para os especialistas em segurança, o casal fez certo ao entregar os bens aos criminosos. Segundo a polícia, os bandidos mataram Fernandes por ele ter reagido ao assalto. O latrocínio (roubo seguido de morte) sofrido por Fernandes não é um caso isolado. Todos os populares ouvidos pela reportagem que moram ou trabalham na região já presenciaram pelo menos uma situação de assalto a motoristas. O medo mudou os hábitos da população. "Ando sempre com vidros fechados e atenta a tudo", conta a contabilista Silvana Gonçalves Herski, que trabalha na região.

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Próximo do local de trabalho de Silvana, os funcionários do açougue KF Carnes relatam ter visto duas situações de furtos a veículos diante do estabelecimento. "Seria bom se os policiais viessem aqui mais vezes e, de vez em quando, ver como estamos", comenta o gerente do açougue, Sandro Jorge dos Santos.

O delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Itiro Hashitani, cita uma equação para falar sobre os crimes: "A densidade demográfica e de carros na região é diretamente proporcional a quantidade de crimes em veículos".

Hashitani afirma que os ladrões de veículos escolhem suas vítimas ao acaso enquanto circulam nas regiões com maior incidência de veículos. "O provérbio ‘a ocasião faz o ladrão’ é certo para esse tipo de bandido. Se eles roubaram em uma determinada rua em um dia, não é certo que o criminoso vá repetir a ação no dia seguinte", comenta.