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Criminosos roubam R$ 16 mil do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio

Vista geral do interior da Igreja do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá | Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo
Vista geral do interior da Igreja do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo)

Dois criminosos armados invadiram a casa paroquial do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá, no Litoral do Paraná, no início da manhã de segunda-feira (9) e levaram cerca de R$ 16 mil. O dinheiro, segundo a administração do local, estava reservado para quitar despesas de água, energia elétrica e telefone. Ao todo, o santuário precisa de R$ 75 mil para honrar todos os gastos mensais.

Nos últimos nove meses, o estabelecimento foi assaltado seis vezes. Nas outras ocasiões, apenas objetos de menor valor foram levados e as instalações sofreram algumas avarias. “Eles [os criminosos] estavam armados, encapuzados, arrombaram a porta e entraram pela cozinha da casa. Não foi possível reconhecer o rosto deles.Foi um pouco antes de 5h30. Enquanto o povo rezava o terço na igreja, os padres estavam amarrados na casa paroquial”, explicou coordenador da Família Missionária com a Mãe do Rocio, Adan Carlos Silva.

Os devotos estavam reunidos para o quarto dia da novena em honra a Nossa Senhora do Rocio, aguardando a celebração das 6 horas, quando o reitor do santuário, padre Marcos Vinícius Teixeira Borges, conseguiu se soltar e pediu ajuda. Junto com ele, havia outros três missionários redentoristas. Bastante assustados, eles viajaram para um compromisso em Curitiba.

Devotos pedem que festa mantenha a tradição

Faltando seis dias para a festa da padroeira do estado, os devotos de Nossa Senhora do Rocio estão divididos. A administração do santuário, empossada há cerca de nove meses, disse que não há verba disponível para fazer uma festa como no último ano, quando foram investidos R$ 20 mil em flores no dia da celebração. Parte dos devotos apoia a decisão e parte discorda dessa forma de contenção de despesas. “Vai ter flores, vai ter a berlinda tradicional (antiga), tudo o que sempre teve, mas sem gastos excessivos”, garantiu Adan Carlos Silva, coordenador da Família Missionária com a Mãe do Rocio.

A polêmica envolvendo a berlinda que leva a imagem da santa na procissão solene do dia 15 de novembro foi esclarecida pela administração do santuário. Em 2014, a igreja e os devotos se organizaram para comprar uma berlinda nova que, por causa do excesso de peso exercido pela multidão, sofreu uma rachadura. Para evitar acidentes com o andor, os coordenadores da festa decidiram reutilizar a berlinda antiga. “O povo fala tanto em tradição, então vamos usar a berlinda tradicional”, disse Silva.

Devota de Nossa Senhora do Rocio, Ana Maria Costa Manso foi uma das colaboradoras para a compra da nova berlinda. “Eu fui até lá (ao santuário), vi a berlinda e ela não está quebrada. Não quero ostentação, quero apenas a berlinda que não vai gerar gastos. Eu e minha família pagamos, em outubro do ano passado, um boleto de R$ 50 para colaborar”, conta a fiel. Ela disse também ter estranhado a ausência do manto na imagem da padroeira durante a procissão motorizada que aconteceu no dia 1º. “Eu jamais tinha visto ela sem o manto, ainda mais na festa dela”, lamenta.

“Como a gente vê em Paranaguá, a história com o tempo vai se desfazendo. Meu maior medo é que a tradição da festa se perca, é uma das coisas mais bonitas de Paranaguá, fomenta o turismo religioso”, avalia Maximilian Santos, jornalista e devoto da padroeira que também contribuiu para a compra da berlinda. Para ele, seria interessante a criação de um estatuto para a festa, que garantisse o cumprimento das tradições e evitasse mudanças na organização da festa a cada ano. “Poderia reunir representantes da assembleia, da igreja, da missão redentorista e assim assegurar que a tradição se mantenha”, sugere.

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