A organização não será uma simples formalidade na vida dos catadores de materiais recicláveis de Curitiba e região metropolitana. Ações positivas no setor têm tudo para melhorar o bolso dos carrinheiros e ajudá-los a fugir de uma verdadeira praga: os atravessadores.
Hoje, as associações não têm capital suficiente para estocar os materiais por muito tempo. Quem se aproveita são os atravessadores, que passam todas as semanas nos barracões e arrematam o material coletado. Na porta da indústria, os reciclados chegam a valer até cinco vezes mais. "A idéia é armazenar e vender uma vez por mês, mas falta capital de giro. Hoje, não podemos ficar 15 dias sem vender", diz André Luciano Mazarin, 27 anos, voluntário que cuida da contabilidade da associação.
Os cerca de 40 catadores da Novo Amanhecer recolhem em média cinco mil quilos de material por mês. "O catador não pode ficar um mês sem receber. Se tivéssemos um estoque, poderíamos vender diretamente para as indústrias", comenta a presidente da associação, Maria de Lourdes Andrade.
Darcy Virgílio Pereira, tesoureiro da Reciclar, associação de catadores em São José dos Pinhais, diz que até as balanças de alguns atravessadores são adulteradas. "Às vezes, levamos 100 quilos de papel e eles dizem que são 80 quilos", afirma.
Atualmente, o material reciclável mais valorizado no mercado é o alumínio, cujo quilo chega a valer R$ 3,80. Mas a lista de recicláveis é grande: papel branco (R$ 0,35 o quilo), ferro (R$ 0,20) e papelão (R$ 0,18). Nem os potes de margarina escapam: cada um vale R$ 0,40 no mercado dos recicláveis.
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