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Culex ou Aedes? Para especialistas, combate ao zika independe do mosquito

O Culex, o pernilongo comum, é potencial transmissor do zika vírus | Salvadorjo~commonswiki /WikiCommons
O Culex, o pernilongo comum, é potencial transmissor do zika vírus (Foto: Salvadorjo~commonswiki /WikiCommons)

A possibilidade de o pernilongo comum (da espécie Culex) ser transmissor do vírus zika, levantada por pesquisa conduzida pela Fiocruz de Pernambuco, não deve alterar os planos de combate à doença no Paraná. De acordo com a superintendente de vigilância em saúde da Secretaria de Estado de Saúde, Cleide Oliveira, o estado seguirá incentivando e investindo na eliminação dos criadouros do mosquito, tanto dentro quanto fora das casas.

“O que nos preocupa é que, em geral, agimos como se não fizéssemos parte do ambiente. No momento em que nos dermos conta da questão ambiental, do cuidado, da eliminação do criadouro, resolvemos inúmeros problemas: proliferação do mosquito, diminuição de ratos, etc. Tem uma série de outros bichos no ambiente doméstico que podem nos trazer doenças”, afirma Cleide.

A opinião de Cleide é compartilhada pela bióloga e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Marta Fischer. “A população precisa refletir sobre o papel dela como cidadã, se ver inserida dentro de uma questão de ecologia urbana. Cada pessoa é um elemento [do ambiente] e o que ela faz vai impactar, sim, no vizinho, no bairro, no país”, diz.

Para isso, porém, a bióloga acredita que cabe ao estado prover essa educação para a população, além de se dedicar mais a ações “de longo prazo”. “Me parece que, quando aparece uma determinada situação, há um esforço para resolver aquele problema específico. Hoje é o Aedes, agora vai ser o Culex e depois vai vir outro. E nós não vamos conseguir resolver o problema, porque estamos gastando recursos em questões paliativas. Temos que resolver o problema que está instalado, mas não podemos perder a questão de longo prazo e trabalhar as bases”, explica.

Marta diz ainda que há necessidade de uma melhor comunicação entre os acadêmicos que pesquisam as chamadas “pragas urbanas”, os órgãos públicos e a população, para que haja uma troca de informações confiável. “As informações imprecisas podem causar pânico, como foi na época das primeiras notícias sobre a aranha marrom. Hoje, todo curitibano sabe lidar com a aranha marrom, mas foram anos de informações passadas e que acabaram se consolidando”, diz.

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