Nem só no campo da especulação circulam as hipóteses da existência de vida extraterrestre. Prova disso é que a tentativa de obter dados oficiais sobre o tema ajuda a impulsionar as demandas de acesso a informações sobre o assunto em órgãos do governo federal. A Controladoria-Geral da União (CGU), por exemplo, disse que desde o início da vigência da Lei de Acesso a Informação no país, em 2012, 74 pedidos envolvendo Objetos Voadores Não Identificados (Ovnis) foram feitos ao órgão.
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Leia a matéria completaE estes números têm reforço: somente nos últimos 30 dias, a documentação sobre Ovnis, mantida pelo Arquivo Nacional, foi acessada 322 vezes, levando em conta as consultas locais e a distância, pela internet. Os dados são do departamento de consultas do órgão, que mantém em sua coordenação regional no Distrito Federal mais de 720 dossiês sobre supostos avistamentos de objetos deste tipo no Brasil.
O material que hoje faz parte do Arquivo Nacional pertencia originalmente ao Comando da Aeronáutica (Comaer). A entidade alicerçou por três anos o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani), instituído de maneira oficial pelo governo brasileiro em 1969, na ditadura militar, para estudar a presença de Ovnis no Brasil.
Parte da documentação oficial gerada pela equipe do Sioani está disponível para acesso virtual no Sistema de Informações do Arquivo Nacional, juntamente com outros materiais tidos por muito tempo como “reservados” e “confidenciais” por órgãos do governo. São descrições, cartas, orientações e relatos colhidos entre 1952 a 2014 que contêm detalhes sobre supostas passagens de Ovnis pelos céus do país.
Histórias curiosas e instigantes que sustentam o imaginário da população até hoje – como o famoso caso do “ET de Varginha”, que leva o nome do município mineiro onde, em 1996, presume-se ter havido uma série de aparições de Ovnis.
Anomalia em estrela levanta hipótese de estrutura alienígena
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O recente anúncio da Nasa que trouxe evidências de que Marte não tem apenas água congelada, mas, sim, correntes de água salgada escorrendo em algumas encostas durante o verão levou os cientistas a fortalecerem a defesa de vida fora da Terra.
No entanto, isso não significa um prato cheio para quem acredita na existência extraterrestres – tal como imaginamos. De acordo com o professor de astronomia da USP Roberto da Costa, a novidade reforça a possibilidade de que outros planetas também suportem vidas, porém, “rudimentares”.
“Essa discussão de vida fora da Terra tem um viés: quando fala em vida extraterrestre, o leigo vai pensar imediatamente na nave especial. Aí é um problema porque você está misturando vários conceitos”, alerta o docente, que também integra, na USP, o Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia - nova área de pesquisa científica que busca compreender a origem, evolução, futuro e distribuição da vida na Terra e no Universo. “Primeiro, se presume a existência de vida complexa. Mais que isso, complexa e inteligente. E ainda mais que isso: complexa, inteligente e com uma civilização organizada tecnologicamente. Na Terra, existe vida comprovada há cerca de 3 bilhões de anos. Mas com civilização que tem tecnologia há cinquenta”, compara.
Por enquanto, a ciência não dá corda para as teses que prometem comprovar que a Terra é constantemente visitada e vigiada por extraterrestres. Nem mesmo os desenhos que “surgem” em plantações esverdeadas - que, para muitos, seria um sinal – têm alguma explicação científica.
“Esses agroglifos não querem dizer nada”, opina o geólogo Angelo Spoladore, professor da UEL e que também se envolve com estudos da área da astrobiologia. “Os desenhos são sempre redondos ou elípticos, uma forma comum. É coisa de gente daqui”.
Na semana passada, a aparição de círculos em uma plantação de trigo em Prudentópolis, no interior do Paraná, deixou o estado em polvorosa. O desenho foi considerado um fenômeno pela ufologia, que definiu a simetria e a dobra delicada das folhas como “padrões claros” de um registro extraterrestre.
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