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Foto aérea mostrando casas com jardins e quintais, entre as vias Visconde de Guarapuava, Sete de Setembro, Silva Jardim e Iguaçu, na década de 1940 | Acervo Cid Destefani
Foto aérea mostrando casas com jardins e quintais, entre as vias Visconde de Guarapuava, Sete de Setembro, Silva Jardim e Iguaçu, na década de 1940| Foto: Acervo Cid Destefani
  • No antigo Prado do Guabirotuba, um grupo de moças participa dacorrida do ovoem festival realizado no ano de 1912
  • O Mercado Municipal, na futura Praça Generoso Marques. Era o ponto de encontro de colonos vindos da periferia de Curitiba, com suas carroças lotadas de produtos agrícolas. Foto de 1905
  • Multidão em torno de um acidente entre dois bondes. Um fato para dar comentários por longo tempo. Foto de 1932
  • Aglomeração misturada entre autoridades e curiosos, por ocasião da chegada no Aeroporto Afonso Pena de Marta Rocha, eleita Miss Brasil em 1954
  • Uma visita de domingo à sombra do caramanchão, regada a uma talha de boa água fresca e um bom papo. Foto de um quintal curitibano em 1910

A curiosidade sempre nos leva a descobrir como são, ou como eram, as coisas. Quando nos cai em mão antigas imagens, entramos em conjeturas sobre aquilo que estamos vendo. As fotografias antigas são um prato cheio: o povo nas ruas, as casas comerciais, os veículos, os bondes... Ah! Os bondes! Como seria percorrer de bonde as velhas ruas de Curitiba? Essa é uma pergunta, entre outras, que os mais jovens fazem sempre que olham as figuras daqueles dinossauros mecânicos sobre trilhos.

Uma foto de um time de futebol então? Além de uma batelada de clubes de Primeira Divisão, existiam dezenas dos chamados da várzea. A admiração começava pelo uniforme, pelos gorros e bonés que muitos jogadores usavam. A compleição física dos atletas então, não dá para acreditar que um baixinho ou um magrelo fosse bom de bola. Fotos antigas de futebol sempre geram muitos comentários.

Contar para os jovens da atualidade que a piazada de tempos mais antigos faziam seus trênes nos campinhos de terrenos baldios, que existiam por todos os cantos da cidade, começando desde poucos metros do Centro, é deixá-los boquiabertos. "Como deviam ser bons aqueles tempos!", exclamam. Falar nas matinês de domingo em diferentes cinemas, com programas só para a criançada, onde, antes da sessão, era negociado tudo quanto era tipo de gibis, sempre numa zoeira danada. O footing pela Rua Quinze, os flertes, em que os jovens zanzavam para ver e serem vistos. São coisas que fotos antigas contam sobre usos e costumes já perdidos nas esquinas do passado, são coisas gostosas de rememorar e serem ouvidas com arrebatamento.

Causam admiração as maneiras que usufruíam da cidade os moradores em décadas passadas, quando se passeava tranquilamente pelas ruas, principalmente nas noites quentes, até altas horas, sem preocupação de ser molestado, era o tempo em que todo mundo se conhecia. Bom dia!, Boa tarde!, Boa noite, vizinho!, Faz favor!, Muito obrigado!, Com licença!, A senhora faça o favor de aceitar o meu lugar!. Isso onde fosse: no bonde, no ônibus ou nas lotações. Tempo em que se cultuava a cidadania. Tempo de gente educada. Hoje? Babau!

A maioria das casas era de madeira, com cerquinhas caiadas de branco, com jardim e quintal, onde flores, ervas, verduras e frutas sobejavam. Ovos não faltavam nos galinheiros, onde o cacarejar se misturava com o canto madrugueiro dos galos. Não faltava diálogo das vizinhas por cima das cercas, quando trocavam produtos de suas hortas e pomares, receitas de chás milagrosos ou endereços de benzedeiras infalíveis. Tudo isso podemos recontar cada vez que manuseamos velhas fotografias. Feliz de quem guarda suas lembranças, memórias para serem transmitidas aos posteriores.

Para ilustrar esta página memorialista, reservamos as fotografias que se seguem.

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