Às 19 horas desta sexta-feira (21), Curitiba completou 60 horas sem nenhum registro de mortes violentas (homicídios, latrocínios ou mortes em confronto com a polícia). O último caso ocorreu às 7 horas de quarta-feira (19) e vem sendo investigado como latrocínio (roubo seguido de morte). Considerando apenas assassinatos, o intervalo é ainda maior: 72 horas, ou quase quatro dias, sem mortes.

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A delegada Maritza Haisi, chefe da Delegacia de Homicídios (DH), lembra que assassinatos são crimes difíceis de prever e cuja dinâmica não obedecem a uma lógica. Em contrapartida, ela avalia que operações realizadas pelas polícias Civil e Militar têm surtido efeito.

Como exemplo, a delegada menciona a Vila Nossa Senhora da Luz, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Em março, a DH realizou uma operação na localidade. Desde então, dois assassinatos foram registrados. Na Vila Sandra, também na CIC, o número de casos vinha em ascensão (só em agosto, foram cinco mortes). Após a ampliação do policiamento no local, os casos zeraram. Em setembro e outubro não houve registros na vila. "Ou seja, a criminalidade recua quando percebe que a polícia está trabalhando", conclui Maritza.

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Para a delegada, não é possível afirmar que fatores como condições de tempo tenham interferência direta no número de mortes violentas. "Tanto que tem fim de semana em que chove muito e faz frio e que há muitos assassinatos", exemplifica. A relação, segundo a policial, se estabelece mais pela dinâmica dos bairros. "Se em determinada vila há dois grupos em rixa, é provável que ali vai haver mais mortes. Cabe à polícia detectar esse movimento", observou.

Casos

A última morte violenta em Curitiba ocorreu por volta das 7 horas de quarta-feira, na Rua Amélia Moraes Seixas, Vila Sabará, CIC. O vigilante José Vailton do Nascimento, de 51 anos, foi morto com nove tiros quando chegava em casa. A motocicleta dele foi encontrada a cerca de 50 metros do ponto onde o crime ocorreu. Segundo o chefe de investigações da DH, Evaldo Turman, o caso se trata de um latrocínio (roubo seguido de morte) e será investigado pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV).

O último assassinato foi registrado às 23 horas de segunda-feira (17), quando João de Paula Padilha Neto, de 41 anos, foi morto a tiros. O crime ocorreu dentro da casa dele, no bairro Tatuquara. Segundo Turman, um homem invadiu a residência e disparou diversas vezes contra a vítima, que morreu antes que pudesse ser socorrida.

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