Pela primeira vez desde 2006, Curitiba registrou uma queda no porcentual de crianças com excesso de peso (obesidade ou sobrepeso) matriculadas nas escolas municipais. A queda, registrada pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) Escolar de 2014, foi de apenas um ponto porcentual. Mas surpreendeu as equipes da prefeitura, uma vez que há quase dez anos não se registrava uma queda nesses índices. Quando considerados só os índices de obesidade, a queda foi de 0,7 ponto porcentual. O resultado quebrou uma tendência de uma década de aumento da doença entre os estudantes das escolas municipais de Curitiba (confira no gráfico abaixo).
Na escola Madre Teresa de Calcutá, boa alimentação se aprende desde pequeno
Integrante do Departamento de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, a nutricionista Ângela de Oliveira ressalta que é preciso esperar a pesquisa deste ano para saber se a redução no excesso de peso é realmente uma tendência nas escolas do município. “Essa queda foi significativa, embora tenha sido de apenas um ponto porcentual, o resultado nos deixou contentes. Mas os dados precisam ser vistos com cautela, para ver se eles se repetem nos próximos anos, de modo a termos uma tendência de queda”, comenta.
Em casa
Especialistas alertam que os pais devem ficar atentos à alimentação dos filhos e indicam pequenas mudanças que podem fazer a diferença. Confira:
Leia a matéria completaApesar da cautela, os números foram comemorados e renovaram a fé no trabalho de formiguinha feito diariamente nas salas de aula, nas cantinas das escolas, nas unidades básicas de saúde e em outros equipamentos municipais. “Sempre tivemos ações com foco na alimentação saudável, mas a partir de 2012 isso ficou ainda mais intensificado. Em 2013, com o Programa Saúde na Escola, isso ficou ainda mais forte. Talvez esteja aí um dos fatores para o resultado de 2014”, comenta Liziane Rodrigues, nutricionista da Secretaria Municipal de Educação.
A necessidade de uma interação entre diversas secretarias municipais para que se consiga combater o sobrepeso entre as crianças é destacada por Ângela e Liziane. Educação, Saúde, Abastecimento e Esporte e Lazer têm trabalhado juntas em Curitiba. “Só de modo intersetorial esse problema poderá ser combatido, porque ele mexe com uma mudança de comportamento e isso exige uma série de ações”, diz Ângela.
No mesmo sentido, Liziane destaca a necessidade de um trabalho além das salas de aula, que envolva as famílias, para combater a questão da obesidade. “Acredito que o resultado deste ano também tenha relação com a forma como as famílias passaram a encarar a questão da alimentação e dos exercícios físicos”, comenta a nutricionista. Ela conta que todos os anos é enviado um material impresso para as famílias com dicas sobre alimentação.
No impresso, há recomendação desde como devem ser distribuídos os alimentos na cozinha – frutas em local acessível, doces e outras guloseimas, longe dos olhos das crianças – até estratégias para ampliar o consumo de água e reduzir a ingestão de refrigerantes e sucos artificiais. Dependendo da demanda da escola, também é convocada uma reunião com os pais para tratar de saúde e alimentação saudável.
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